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Roda de Conversa celebra os 35 anos do Bando de Teatro Olodum



Na véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, a Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) celebrou, na tarde desta terça-feira (19), no Auditório Jornalista Jorge Calmon, os 35 anos do Bando de Teatro Olodum. Gestores estaduais, representantes de entidades, diretores, atores e artistas da companhia de teatro participaram da homenagem, uma proposição da deputada Fabíola Mansur (PSB), que ressaltou a trajetória do grupo na luta contra o racismo.

O Bando de Teatro Olodum é um rico patrimônio de nosso Estado e esta iniciativa representa o reconhecimento da Casa Legislativa a todos os que fizeram e fazem parte desse sonho, realizado com vigor, talento, criatividade e muito compromisso com a cultura e o combate a todas as formas de discriminação e censura”, afirmou. A socialista destacou ainda a importância de se comemorar a existência da companhia, que foi criada em 17 de outubro de 1990, a partir das ideias do diretor de teatro, Márcio Meirelles, com o aval e apoio do Grupo Cultural Olodum.

A relevância desta homenagem é atestada pelo imenso sucesso dos espetáculos encenados pelo Bando de Teatro Olodum Brasil afora, mas também por todo o legado que resulta dos diversos projetos que foram desenvolvidos em mais de três décadas, a exemplo de Outras Áfricas, Respeito aos Mais Velhos, Tomaladacá e Terças Pretas. Esses projetos contribuíram para formação de artistas e plateias, levando uma mensagem de luta, identidade e resiliência através da dança, canto e performance artística”, salientou a parlamentar.

LEI ESTADUAL

Em pronunciamento de saudação aos integrantes da companhia, a procuradora especial da Mulher da ALBA enfatizou ser uma pessoa branca que sempre está preocupada com as causas da população negra. Como exemplo de sua atuação, a deputada lembrou que era de sua autoria uma lei estadual, sancionada em novembro de 2023 pelo governador Jerônimo Rodrigues, proibindo a nomeação para cargos públicos de pessoas que tenham sido condenadas por crimes de racismo e injúria racial. “Desde o seu surgimento, há 35 anos, o Bando de Teatro Olodum sempre vivenciou de perto essa luta de enfrentamento ao racismo. Vida longa a esta companhia, que mistura arte, corpo e resistência, gerando transformação social”, frisou a deputada.

A celebração foi iniciada com uma roda de conversa, conduzida pela doutora em Difusão do Conhecimento pela Universidade Federal da Bahia, Mabel Freitas. Também especialista em Cultura Afro-Brasileira pela Unifacs, ela é pesquisadora há 15 anos da história do Bando de Teatro Olodum. A professora contou, em literatura de cordel, como foi essa caminhada de sucesso, citando espetáculos a exemplo de Essa é a Nossa Praia; Ó Paí Ó; Bai Bai, Pelô; Erê pra Toda a Vida-Xirê; Zumbi está Vivo; Ópera de 3 Mirréis; e Cabaré da Rrrrraça, o espetáculo mais popular. “São 35 anos de produção ininterrupta e difusão do conhecimento dentro e fora do Brasil. O palco é a estratégia de resistência desse herói vegetal que interpenetra as vertentes artísticas com originalidade genial”, rimou Mabel.

COR DA NOITE

A arte de encenar, ofício profissional do Bando de Teatro Olodum, também marcou presença na roda de conversa, que abriu espaço para uma apresentação dos atores e arte-educadores Deyse Ramos, Robson Mauro e Naira da Hora. Um vídeo institucional da companhia foi exibido durante os debates, mostrando “que é preciso ter coragem para ter na pele a cor da noite”. Cássia Valle, atriz e diretora, frisou que a companhia lhe deu régua e compasso, foi sua grande universidade, um grupo que continua lutando cotra o racismo. “Cada vez mais eu percebo que o Bando de Teatro Olodum é um documento, pois todas as nossas peças falam da realidade de um momento e tenho certeza que as pessoas, daqui a um tempo, vão poder mergulhar em nossos espetáculos conhecendo parte da história de nosso país”, acrescentou.

Participaram da roda de conversa o ator e produtor cultural, Fábio Santana; o cantor, compositor e diretor musical, Jarbas Bittencourt; a única presidente mulher do Grupo Cultural Olodum, Cristina Rodrigues; o representante da Fundação Gregório de Matos, o diretor artístico George Vladimir; a ex-deputada federal, Elisângela Araújo; e o representante da Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), o sociólogo Ailton Ferreira. Na plateia, foram reverenciados diversos integrantes do grupo, como Arlete Dias, Leno Sacramento e Jamile Alves. “Viva o Bando de Teatro Olodum, viva a cultura e a luta antirracista”, finalizou a deputada Fabíola Mansur.



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Estado fortalece participação territorial na construção do PDI 2050, em seminário na Uesc


Estado fortalece participação territorial na construção do PDI 2050, em seminário na Uesc
Estado fortalece participação territorial na construção do PDI 2050, em seminário na Uesc

Foto: Lucas Pondé/ Ascom Seplan

O secretário estadual do Planejamento, Cláudio Peixoto, o reitor da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Alessandro Fernandes, e representantes de cinco Territórios de Identidade do Sul e Extremo Sul da Bahia participaram, nesta quarta-feira (19), em Ilhéus, da sexta edição dos Seminários Macroterritoriais do Plano de Desenvolvimento Integrado – PDI Bahia 2050. O encontro, realizado no auditório da Uesc, reuniu lideranças regionais para discutir desafios e oportunidades de desenvolvimento a partir dos ativos e vocações econômicas, sociais e ambientais dos Territórios Litoral Sul, Baixo Sul, Costa do Descobrimento, Extremo Sul e Vale do Jiquiriçá.

O secretário da Seplan, Cláudio Peixoto, ressaltou a parceria com a Uesc e o engajamento dos setores da sociedade na construção do PDI Bahia 2050, destacando que esse processo reafirma a posição da Bahia como referência nacional em planejamento e participação social. 

“A Bahia, sob a liderança do governador Jerônimo Rodrigues, se destaca no cenário nacional em um momento em que o planejamento retoma seu papel central na gestão pública, especialmente com a Estratégia Brasil 2050. Nosso estado é referência não apenas pela política de desenvolvimento que fortalece os territórios de identidade, mas também pela construção coletiva dos nossos instrumentos legais, a exemplo do PPA Participativo.”

O reitor da Uesc, Alessandro Fernandes, destacou que o planejamento de longo prazo se fortalece com a participação ativa da sociedade e com o papel estratégico das universidades, além de parabenizar o Governo da Bahia pelo reforço no orçamento do ensino superior. 

“Este é um momento muito importante para nossa região, para os nossos territórios de identidade, mas eu diria que é um momento importante, substancialmente, para o estado da Bahia. Quando o Governo do Estado se propõe — e de fato o faz — a ir aos territórios de identidade para realizar escutas sensíveis com a sociedade, com as instituições e com suas representações, demonstra um cuidado e uma maneira diferente de fazer planejamento. É importante que nós discutamos isso”.

Etapas do PDI avançam com ampla participação social

Durante o encontro, o superintendente de Planejamento Estratégico da Seplan, Ranieri Barreto, apresentou um panorama do estágio atual do PDI Bahia 2050, destacando que as fases de diagnóstico, prospecção de cenários e construção da visão de futuro já foram concluídas, com forte participação social — incluindo mais de 50 mil contribuições na consulta pública realizada na etapa de Visão de Futuro. Ele enfatizou que os seminários macroterritoriais têm papel decisivo para territorializar os objetivos e consolidar prioridades regionais. Nos próximos passos, serão definidas as estratégias, os indicadores e metas, e, ao final, estruturada a Carteira de Projetos Estratégicos do PDI.

Governança e desafios estruturantes em pauta

O coordenador do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Jonas Paulo, reforçou em sua intervenção que o desenvolvimento regional depende do enfrentamento de desafios estruturantes como infraestrutura e logística, oferta de energia, conectividade e segurança hídrica. Ele observou que os territórios têm demonstrado clareza sobre esses gargalos e contribuído para uma visão compartilhada de futuro.

Indicadores sociais reforçam necessidade de novas oportunidades

O pesquisador da Fundace, Rosembergue Valverde, apresentou a evolução do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) entre 2013 e 2023, destacando avanços importantes nas áreas de educação e saúde nos cinco territórios do sul e extremo sul. Ele observou que, para consolidar esses progressos, é fundamental ampliar oportunidades econômicas e de inclusão produtiva, sobretudo para a juventude.

Prioridades estratégicas integradas ao PDI Bahia 2050

Nos debates territoriais, Litoral Sul, Baixo Sul e Costa do Descobrimento convergiram em prioridades relacionadas ao fortalecimento das micro e pequenas empresas, ao desenvolvimento agrícola sustentável e à conservação ambiental. Esses territórios também destacaram o papel do turismo, da cultura e da economia solidária na dinamização econômica, além da importância de ampliar o acesso a serviços públicos essenciais, como saúde, e estruturar modelos de governança colaborativa para qualificar a participação social.

No Extremo Sul e no Vale do Jiquiriçá, as discussões enfatizaram a sustentabilidade do financiamento das políticas públicas, o acesso ampliado à saúde e o fortalecimento da agricultura familiar como eixo estruturante. Esses territórios também reforçaram a necessidade de fomentar inclusão produtiva, valorizar a cultura e a memória regional e impulsionar iniciativas econômicas integradas, com o turismo se consolidando como vetor de desenvolvimento em ambos os contextos.

Compromisso com o desenvolvimento regional

O seminário contou ainda com a presença da assessora especial do governador, Adélia Pinheiro, dos prefeitos de Barro Preto, Juraci Dias, e de Almadina, Marciel Pinheiro, além de secretários municipais, a exemplo do secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Itabuna, João Carlos Oliveira, de representantes de colegiados territoriais, universidades, consórcios públicos e organizações da sociedade civil. A participação das diferentes instâncias de governo e da sociedade reforçou o compromisso coletivo com a construção de um planejamento estratégico de longo prazo que reflita as demandas, potencialidades e desafios do Sul e Extremo Sul da Bahia.

Fonte: Ascom/Seplan-BA


Secti e Sebrae entregam mapeamento que orienta avanço da inovação em Alagoinhas


Secti e Sebrae entregam mapeamento que orienta avanço da inovação em Alagoinhas
Secti e Sebrae entregam mapeamento que orienta avanço da inovação em Alagoinhas

Foto: Milena Monteiro/Ascom Secti

A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) entregou, nesta terça-feira (18), o mapeamento do ecossistema de inovação de Alagoinhas, desenvolvido em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O estudo, que conta com investimento de R$ 4,5 milhões voltado ao fortalecimento do ambiente de negócios e ao estímulo à inovação no interior do estado, apresenta diagnósticos e estratégias para o desenvolvimento do setor no município.

O trabalho tem como objetivo fortalecer a governança territorial, estruturar ambientes inovadores e ampliar a articulação entre governo, universidades, empresas e sociedade civil. A metodologia aplicada foi a de Níveis de Maturidade dos Ecossistemas Locais de Inovação (ELI), desenvolvida pelo Sebrae e utilizada em mais de 300 cidades brasileiras. Os próximos mapeamentos do convênio serão entregues em Camaçari, no dia 28 de novembro, e em Ilhéus, no dia 2 de dezembro.

Em Alagoinhas, o diagnóstico aponta nível de maturidade de 7,52, com potencial de crescimento acelerado. O mapeamento destaca três setores estratégicos para o desenvolvimento local: Tecnologias para o Agro, Alimentos e Florestal; Tecnologias para Recursos Naturais; e Automação e TI. Entre as propostas do Plano de Intervenção estão a criação de um Centro de Inovação Municipal, a ampliação do Espaço Colaborar, em parceria com o IF Baiano e a UNEB, a implementação de uma Lei Municipal de Inovação e Empreendedorismo e a realização de eventos anuais de tecnologia. O plano também prevê a formação de uma governança multissetorial.

O secretário da Secti, Marcius Gomes, ressaltou a importância da conclusão do mapeamento para o ecossistema da região. “Essa entrega reforça o compromisso do Estado em promover o desenvolvimento territorial a partir da ciência, tecnologia e inovação. Ao identificar vocações, desafios e oportunidades, fortalecemos a governança local e ampliamos a capacidade dos territórios de gerar novos negócios, soluções tecnológicas e empregos qualificados. Alagoinhas passa a contar com um instrumento estratégico para orientar decisões e acelerar o crescimento do seu ecossistema empreendedor e inovador”.

Para o prefeito de Alagoinhas, Gustavo Carmo, a entrega representa um passo essencial para fortalecer o desenvolvimento local. “O recebimento do mapeamento do ecossistema na nossa cidade foi um trabalho feito pela Secti e pelo Sebrae, que vem no sentido de nos auxiliar com informações, encaminhamentos e planejamento, para que a gente tenha um ambiente adequadamente preparado para se desenvolver, estimulado do ponto de vista da inovação, da tecnologia e de tudo aquilo que envolve o ambiente de negócios dentro desse contexto”.

Gerente adjunto de Projetos Especiais, Mercado e Internacionalização do Sebrae-BA, Rodrigo Licínio, também destacou o processo realizado até a concretização do mapeamento. “Fizemos todo um trabalho dentro de Alagoinhas para verificar quem são os atores-chave para esse processo. A gente tem instituições de ensino, de ciência e tecnologia, sociedade civil organizada, governo e empresas que fazem parte dessas quatro hélices que compõem o ecossistema de inovação”.

Lançamento da Feira Agropecuária de Sergipe, Alagoas e Bahia

Na ocasião, ocorreu também o lançamento da Feira Agropecuária de Sergipe, Alagoas e Bahia, que será realizada em março de 2026 pela Prefeitura de Alagoinhas e pelo Sindicato Rural de Inhambupe, em parceria com o Senar e o Sebrae. A feira reforça a posição estratégica de Alagoinhas no agronegócio regional e amplia a integração das cadeias produtivas entre Bahia, Alagoas e Sergipe.

Fonte: Ascom/Secti


Comissão de Educação promove audiência sobre a Marcha das Mulheres Negras



Às vésperas do Dia da Consciência Negra, mulheres negras de diversos movimentos e setores da sociedade baiana se reuniram em audiência pública, realizada pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, para discutir e elaborar uma agenda de demandas e lutas a serem levadas à Marcha das Mulheres Negras que vai acontecer no dia 25 deste mês, em Brasília.

O evento, focado na perspectiva das políticas públicas de educação, cultura, ciência e tecnologia e dos serviços públicos, foi proposto e coordenado pela presidente do colegiado, deputada Olívia Santana (PC do B). A parlamentar ressaltou a importância de receber as mulheres negras baianas na Casa do Povo, para ouvir suas agendas, antes da marcha do segmento na capital brasileira levando, ao Congresso Nacional e ao presidente Lula, uma agenda de reivindicações. “É uma marcha por direitos, de vida digna contra os feminicídios, contra a morte dos nossos filhos nas favelas, nas periferias. Queremos uma política de vida, não uma política de chacina, de morte, de desemprego, de vida precária. Então, as mulheres negras vão dar o grito pela nossa liberdade plena”.

Durante a audiência, diversas questões foram colocadas, a exemplo dos problemas enfrentados pelas baianas de acarajé, com relação à aquisição do azeite de dendê, imprescindível na comida baiana, cuja produção na Bahia figura em menos de 2%, e o ingrediente tem que ser adquirido do Pará. Já Rita Santos, presidente da Associação das Baianas de Acarajé, Mingaus, Receptivos e Similares (Abam), falou sobre a ocorrência de mortes das profissionais, provocadas pela exposição à fumaça despendida pelo azeite. “Nós estamos morrendo de câncer de pulmão, por conta do dendê que estamos utilizando, em mês de abril, perdemos cinco baianas”, lamentou.

Chefe de gabinete da Sepromi, Daniele Costa reconheceu a necessidade do momento de escuta das áreas em que o Estado precisa avançar, para fazer valer as demandas do maior segmento da população baiana. Sobre a violência que atinge a juventude negra, ela destacou o empenho do Governo da Bahia com a apresentação do Plano de Redução da Letalidade Policial, “que precisa ser mais debatido, para que saia do documento para a materialidade da ação da polícia nas periferias”, a meta de utilização das câmeras nas operações e o Comitê da Paz, cuja agenda objetiva a potencialização e fortalecimento da juventude negra.

CONCENTRAÇÃO FUNDIÁRIA

Para Lucinha do MST, um dos maiores desafios a ser enfrentado pela população negra – especialmente pela mulher negra, que em geral é a chefe de família -, é o enfrentamento à grande concentração fundiária no país, que acaba empurrando as famílias para os piores lugares. Ela ressaltou os avanços conquistados nos assentamento, com o reconhecimento de áreas, mas lamentou a demora para a efetivação das políticas.

Um dos caminhos, segundo ela, é alterar a concentração da propriedade, “porque quem tem é quem não precisa dela” e ajudar o governo na elaboração das políticas públicas, “entendendo a nossas diversidades nos assentamentos, nas aldeias indígenas, nos quilombos, nos bairros periféricos, onde as realidades são diferentes. Nossa mobilização nos ajudará e apontará caminhos”.

Ednólia Mendes, comerciante da feira de São João Joaquim, enfermeira e estudante de Direito, falou sobre o tratamento dado ao segmento, com a falta de apoio e estrutura para trabalhar. “Uma categoria que tem uma história nesse nosso país, uma história de construção, uma história na economia, e até hoje é vista de forma muito desigual”, disse.

Na opinião de Ednólia, houve conquistas, mas poucas, “porque a gente precisa ter um olhar mais voltado para essas mulheres na questão da saúde, da qualidade de vida, do amparo aos seus filhos, porque, queira ou não, é uma categoria diferenciada. É uma mulher que, muitas vezes, faz trabalho braçal, sustenta a casa”, pontuou.

PROPOSTAS

Após as falas dos participantes, foram sistematizadas propostas que serão encaminhadas à Marcha das Mulheres Negras em Brasília. Elas demandaram políticas de reflorestamento do dendê, para aumentar a produção do azeite na Bahia, material fundamental para a garantia da sobrevivência das baianas de acarajé e dos terreiros de candomblé e para a elaboração da comida típica baiana; a realização de pesquisa pela Fiocruz sobre a saúde das baianas de acarajé, sobretudo em relação ao impacto da fumaça do óleo queimado no surgimento de doenças respiratórias; a implantação urgentemente da Frente Parlamentar de Apoio ao ofício das Baianas de Acarajé na Assembleia Legislativa; efetiva política de titulação de terras quilombolas e de reforma urbana, com regularização fundiária e reurbanização nas favelas e comunidades nas cidades e no campo, preferencialmente sob a responsabilidade das mulheres chefes de família.

Elas também reivindicaram políticas de enfrentamento aos feminicídios, de educação para a igualdade de gênero e de amparo às crianças órfãs do feminicídio; a aprovação do projeto Ana Luiza de apoio às famílias das vítimas inocentes de operações policiais letais; políticas públicas de comunicação antirracista e de enfrentamento às desigualdades de gênero; de ampliação da representação das mulheres negras nos espaços de poder; pela aprovação da PEC 27, que prevê um fundo de 20 bilhões para investimento em projetos de enfrentamento ao racismo estrutural e promoção de melhores condições de vida para a população negra no Brasil; mais investimento na saúde das mulheres negras e na conscientização e reeducação antirracista dos profissionais de saúde; e a incorporação do Movimento de Mulheres Negras no Fórum Estadual de Educação, para acompanhar na elaboração do planos estadual e nacional de Educação.

A mesa dos trabalhos foi composta pela vereadora de Lauro de Freitas, Luciana Tavares; a presidente da Associação das Baianas de Acarajé, Mingaus, Receptivos e Similares (Abam), Rita Santos; a socióloga, cientista política e chefe de gabinete da Sepromi, Daniele Costa; a ex-deputada Lucinha do MST; a vice-presidente estadual da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Andreia Almeida; a coordenadora do Movimento Negro Unificado na Bahia (MNU-BA), Samira Soares; a representante do Instituto das Mulheres Negras Luiza Mahin, Tatiane Anjos; a feirante da Feira de São Joaquim, Ednólia Mendes, a integrante do Quilombo do Engenho da Ponte, de Cachoeira, Maria Abade; e as representantes da Cooperativa de Coleta Seletiva, Processamento de Plástico e Proteção Ambiental (Camapet), Jeane e Michele Almeida.



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Campanha Sem Medo – Pelo Fim Violência Contra Meninas e Mulheres é lançada em Feira de Santana


Campanha Sem Medo - Pelo Fim Violência Contra Meninas e Mulheres é lançada em Feira de Santana
Campanha Sem Medo – Pelo Fim Violência Contra Meninas e Mulheres é lançada em Feira de Santana

Foto: Ane Novo/Ascom SPM

Com o objetivo de promover uma reflexão coletiva e engajamento social sobre o enfrentamento às múltiplas formas de violência de gênero, foi lançada a campanha Sem Medo – Pelo Fim Violência Contra Meninas e Mulheres, nesta quarta-feira (19), na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). A atividade, que integra a programação dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, foi promovida pelo Movimento de Organização Comunitária (MOC).

A iniciativa contou com a participação de estudantes, professores, dos poderes públicos, dos movimentos feministas e de mulheres, dentre outras representações dos Territórios de Identidade do Portal do Sertão, Bacia do Jacuípe, Sisal e Litoral Norte e Agreste Baiano. Presente ao lançamento, a titular da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado (SPM), Neusa Cadore, falou sobre a importância desta mobilização pelo fim das violências de gênero.

“Estamos nos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher e essa reflexão coletiva promovida pelo MOC, aqui na universidade, é simbólica e necessária. A violência de gênero é uma chaga social que exige o engajamento profundo dos poderes públicos e de todos os segmentos da nossa sociedade. Não podemos enfrentar a violência contra a mulher olhando apenas para o resultado da agressão. Devemos atuar na prevenção, desconstruindo preconceitos e desigualdades e promovendo a equidade de gênero em casa, na escola, na universidade, no trabalho e em todos os espaços de convivência”, afirmou a secretária.

Coordenadora do programa de gênero, geração e igualdade racial do MOC, Selma Glória, destacou as parcerias e a envolvimento dos territórios de identidade. “Essa campanha dos 21 Dias de Ativismo está sendo realizada junto com outras organizações parceiras, que é muito no sentido de a gente fortalecer essa luta nos territórios onde nós estamos mais inseridos. Então, a gente aproveita também o Novembro Negro para trazer mais a centralidade da violência cometida contra meninas e mulheres negras que estão em situação de maior vulnerabilidade, inclusive socioeconômica”, comentou.

Sobre os 21 Dias de Ativismo – A campanha dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres acontece globalmente e no Brasil é desencadeada entre 20 de novembro (Dia da Consciência Negra) e segue até 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos), envolvendo estas duas datas simbólicas, para enfatizar a vulnerabilidade das mulheres, sobretudo as negras, que sofrem mais violência de gênero e racismo estrutural.

A SPM lançou a programação, no último dia 13, Dia Estadual de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher no Estado da Bahia. Até dezembro, a SPM realizará ações que contribuem para o enfrentamento à violência de gênero, o racismo, a LGBTfobia e outras formas de opressão, com o objetivo de promover o respeito, a igualdade e os direitos das mulheres. Nesta quinta-feira (20), a SPM integrará a ação unificada com o movimento de mulheres, em Salvador, no Dia Nacional da Consciência Negra. No dia 25 acontecerá a Marcha das mulheres por reparação e bem viver, em Brasília, e no dia 27 será realizado o Encontro sobre masculinidades saudáveis para as relações de gênero e diversidade, no Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador.

A programação estadual está alinhada com a do Ministério das Mulheres (MM), na campanha de prevenção e o enfretamento à violência contra as mulheres nos transportes públicos e dos 20 anos do Disque 180. Nesta edição, a Campanha dos 21 Dias também apoia a campanha da ONU com o lema “UNA-se para Acabar com a Violência Digital contra Todas as Mulheres e Meninas”, reforçando o compromisso com a eliminação de todas as formas de violência de gênero.

Confira a programação completa:
No site da SPM: www.ba.gov.br/mulheres 
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Fonte: Ascom/SPM