Categoria: POLÍTICA

O Encontro de Educadores Indígenas da Bahia começou em clima de celebração, nesta terça-feira (6), em Salvador. Com cantos, danças e uma grande roda de confraternização, os  povos presentes deram as boas-vindas, marcando o início das atividades com força simbólica e união. Promovido pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC), o evento se estende até sexta-feira (9), no Hotel Fiesta, com uma programação que combina formação, cultura e articulação política. A proposta é valorizar os saberes ancestrais, reforçar a escuta ativa e planejar estratégias para uma Educação Escolar Indígena (EEI) que respeite a identidade de cada etnia.

A diretora da Educação de Povos e Comunidades Tradicionais da SEC, Poliana Reis, destaca o evento como um marco de planejamento . “É um momento essencial para avaliarmos o que já fizemos e planejarmos o que ainda queremos conquistar”, pontua. A agenda inclui debates sobre currículo específico; formação docente; concurso público exclusivo; e aspectos técnicos, como o transporte escolar e os repasses do Fundo de Assistência Educacional (FAED). Para José Carlos Tupinambá, coordenador da Educação Escolar Indígena da SEC, é “uma oportunidade de ouvir os educadores escolares e alinhar as políticas às realidades de cada território”.

Gestora do Colégio Estadual Ângelo Pereira Xavier, no Território Indígena Pankararé, em Glória, e co-coordenadora do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA), Patrícia Krinsi também avalia o encontro. “Aqui, a gente planeja, pauta e também é pautada. A escola está no território, e o território é uma grande escola”.

Com representações de 20 povos originários, o encontro reafirma a escola indígena como um espaço de luta e construção de saberes próprios. Gabriela Florêncio, do Fórum Estadual de Educação Escolar Indígena da Bahia (FORUMEIBA), complementa: “Cada povo tem sua identidade, seus saberes. A Educação Indígena não pode ser homogênea. Esse espaço nos fortalece”.

A abertura do encontro contou com a participação do chefe de gabinete da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), Marcius de Almeida Gomes, que ressaltou a importância da educação científica para o desenvolvimento social dos territórios tradicionais. Ele anunciou a segunda fase do Conecta Bahia, programa que levará internet gratuita a comunidades indígenas, quilombolas e do campo, a partir de julho. A programação segue com oficinas, rodas de conversa e debates sobre letramento digital, saúde docente e os itinerários do Novo Ensino Médio.

Fonte: Ascom/SEC
 

A noite de terça-feira (06) foi marcada pela abertura da II Feira Literária Internacional de Serrinha (FELIS), realizada com apoio do Governo do Estado, através do Bahia Literária. A programação, que vai até 10 de maio, contará com diversas atrações, desde lançamentos de livros, palestras, encontros com escritores, atividades para o público infantil, apresentações musicais e muito mais.

Inaugurando a II edição da FELIS, antes da abertura oficial, a Feira contou com a presença da educadora Lydia Hortélio, que é uma das homenageadas do evento. A serrinhense que é educadora, musicóloga e pesquisadora etnomusical da cultura de infância, participou de uma Contação de História com o tema Abre a Roda, Tin Do Lê Lê! A Cultura da Infância na obra de Lydia Hortélio.

À noite, a Filarmônica 30 de Junho abriu alas para a abertura oficial do evento literário, que contou ainda com os repentistas Zé Pedreira e Flávio Ferreira.

Olhos atentos, grande expectativa, o público presente acompanhou tudo e esperava o momento do bate-papo com o rapper e escritor MV Bill que compartilhou um pouco da sua trajetória iniciada na Cidade de Deus, idealização e passagem pela CUFA, além de responder perguntas dos presentes, em sua maioria, a juventude da cidade.

Sobre o Bahia Literária, MV Bill disse: “Isso deve ser copiado em todo país, porque é uma iniciativa que é diretamente para o povo, para a população ter acesso à informação, formação, conhecimento. Se a gente tiver como base o que está acontecendo aqui hoje, teremos mais feiras literárias, mais espaços de contato entre autores e o público. Será bom para todos”, completou.

Também participaram da palestra inicial os representantes do Hip Hop de Serrinha Dearte Cria, Mucunã Acem, e Maurício Blot Mir.

Na ocasião, O diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, Sandro Magalhães, enfatizou que os eventos literários fazem parte da política de territorialização da cultura adotada pelo Governo da Bahia.

“A FELIS é diversa, inclusiva e libertária. Assim como os 81 eventos que iremos realizar na Bahia, pois é política de cultura essencial na promoção da educação, conhecimento e emancipação. Nós temos que transformar esse movimento numa grande rede de férias literárias, e quando governo projeta as feiras, é pensando nas cidades baianas com mais acesso ao livro e a leitura. O governador Jerônimo reconhece a importância disso para a Bahia e o nordeste brasileiro. Nós, inclusive, estamos sendo inspiração para um documentário da CNN sobre a interiorização das feiras na América Latina. É motivo de orgulho para todos nós”.

A abertura ainda contou com as falas institucionais da reitora da Universidade do Estado da Bahia, Adriana Marmori; do presidente da Filarmônica 30 de Junho, Isaac Álvaro proponente da FELIS; da secretaria de educação de Serrinha, representante do prefeito municipal, Maria Betânia; da diretora do Núcleo Territorial de Educação (NTE 04), Analene Ferreira e do curador da FELIS, o jornalista e escritor Ricardo Ismael.

A programação tem continuidade nesta quarta-feira (07) com participação de nomes como Jean Willys e Tia Má.

A II Feira Literária Internacional de Serrinha (FELIS) é um dos projetos contemplados no Edital de Apoio às Festas, Feiras e Festivais Literários (n° 01/2024), uma iniciativa do Programa Bahia Literária, com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Educação e da Secretaria de Cultura, através da Fundação Pedro Calmon (FPC).

O edital, que integra a política de fomento à execução de ações culturais, está fundamentado no Decreto Federal nº 11.453/2023, na Política Estadual de Cultura (Lei nº 12.365/2011), no Plano Estadual de Cultura (Lei nº 13.193/2014), no Plano Estadual de Educação da Bahia (Lei nº 13.559/2016) e na Lei Federal nº 14.133/2021. A ação reforça o compromisso do Estado com a democratização do acesso ao livro, à leitura e ao conhecimento, ampliando a territorialização das políticas culturais e educacionais.
 

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), em ação conjunta com a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), impulsionou nesta quarta-feira (7), uma importante iniciativa para o afroempreendedorismo baiano. Os órgãos promoveram o minicurso “Seu Negócio sem Fronteiras: Primeiros Passos para a Internacionalização”, evento destinado à qualificação de empreendedores negros em temas fundamentais para a expansão e formalização dos seus negócios, na Universidade Salvador (Unifacs), no Campus Tancredo Neves.

“Considerando um país de maioria negra e um estado absolutamente negro, com a existência de uma economia popular organizada e impulsionada por mãos negras, não teremos desenvolvimento pleno, se aqueles que são 80% desses e dessas aqui na Bahia, não são considerados no jogo do comércio exterior. Por isso, estamos aqui tentando unificar políticas emanadas pelo Governo do Estado por meio das diversas secretarias e a SDE já tem sido a mais constante parceira nas nossas ações de implementação da Política Estadual de Fomento ao Empreendedorismo Negro e de mulheres na Bahia, solidificando as iniciativas em prol do desenvolvimento do estado, tratando fundamentalmente de uma agenda que precisa considerar essa maioria negra, que produz e vive do seu trabalho.” declara Ângela Guimarães, secretária de Promoção da Igualdade Racial.

A capacitação, em caráter gratuito, visa democratizar o acesso a conteúdos introdutórios sobre internacionalização de micro e pequenas empresas, com foco em estratégias acessíveis para entrada no mercado global. A ação contou com o apoio da Agência de Internacionalização e Exportação – AIEX da Unifacs. Além do minicurso, a programação contou com a oficina “Regularização de CNPJ e Emissão de Notas Fiscais”.

“Atraímos desde BYD à Acelen, mas sentíamos a necessidade de fazer algo mais palpável e mais dentro da nossa realidade. Esse momento é parte desse esforço e é parte desse desenho de busca para ajudar pessoas que têm potencial para exportar, para internacionalizar seus negócios e que não tem a assessoria de uma grande empresa por trás, o que é a realidade da maioria dos afroempreendedores da Bahia. Esperamos que esse seja o primeiro de cursos ainda maiores, que auxiliem ainda mais os micro e pequenos empreendedores do nosso estado que são grandes destaques no desenvolvimento baiano”, pontua o superintendente de Atração de Investimentos e Fomento ao Desenvolvimento Econômico da SDE, Luciano Giudice.

O evento reforçou o compromisso das instituições envolvidas em contribuir para a inserção de empreendedores negros no cenário internacional por meio da exportação de produtos e valorização de marcas locais, a partir da promoção da inclusão econômica e racial.

Organizado por Paula Côrrea, coordenadora de Comércio Exterior e Oportunidades de Negócios da SDE, o encontro ainda contou com a presença do professor Henrique Campos, coordenador da Aiex Unifacs; a professora Adriana Almeida, coordenadora de Cursos de Pós-graduação Lato Sensu na Área de Negócios e Comunicação da Unifacs; a professora Carolina Spinola, coordenadora do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano; e o gestor Thiago Fernandes, diretor da Cabruca Consortium.

Fonte: Ascom/SDE