Fogões do Mar leva sustentabilidade e qualidade de vida a comunidades rurais de Cachoeira


Fogões do Mar leva sustentabilidade e qualidade de vida a comunidades rurais de Cachoeira
Fogões do Mar leva sustentabilidade e qualidade de vida a comunidades rurais de Cachoeira

Famílias de comunidades rurais do município de Cachoeira e proximidades estão sendo beneficiadas com fogões ecoeficientes por meio do projeto Fogões do Mar, patrocinado pela Petrobras. O Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado entre a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e o Instituto Perene fortalece a iniciativa, ampliando suas ações e impactos. O projeto alia benefícios ambientais, sociais e de saúde ao promover a substituição do uso intensivo da lenha por uma alternativa mais limpa e eficiente.

O ACT, publicado este ano com vigência até dezembro de 2026, prevê não apenas a instalação dos fogões, mas também cursos de formação, distribuição de cartilhas de restauração ecológica e atividades de educação ambiental em comunidades e escolas. Na primeira edição do projeto, já foram entregues 2.800 fogões, na segunda, em andamento, cerca de 800 famílias já foram beneficiadas, com a meta de alcançar 1.200 unidades.

Durante visita técnica realizada nesta segunda-feira (25), equipes da Sema e do Instituto Perene acompanharam a implementação do projeto, dialogaram com beneficiários e participaram de uma roda de conversa na comunidade Taboeiro da Vitória, fortalecendo o contato direto entre os parceiros.

Para a diretora de Educação Ambiental da Sema, Mariana Mascarenhas, os ganhos da iniciativa vão muito além da substituição dos equipamentos de cozinha.

“O projeto traz um ganho muito grande em relação à retirada de madeira, porque quando reduzimos a necessidade da utilização da lenha em comunidades que dependem dela para cozinhar ou aquecer, já temos automaticamente um benefício ambiental. Soma-se a isso a melhoria da qualidade de vida das pessoas, que é um ganho social e ambiental ao mesmo tempo. Há também a redução da emissão de gases e a possibilidade de vincular a ação a sistemas agroflorestais. Por isso é importante destacar que não se trata apenas de fogões: estamos falando de eficiência energética, de saúde, de preservação ambiental e de fortalecimento das políticas públicas ambientais na Bahia”, afirmou.

Gestora do acordo técnico pela Sema, Luciana Rocha reforçou a importância do impacto direto nas famílias. “A parceria promove a sustentabilidade por meio da eficiência energética, da redução da degradação florestal e da melhoria na qualidade de vida. Os fogões diminuem o uso da madeira eliminam a fumaça dentro das casas, garantindo mais saúde, especialmente para mulheres e crianças. A visita de hoje confirma que o projeto está sendo muito bem aceito e cumpre o objetivo de fortalecer a sustentabilidade socioambiental”, explicou.

Representando o Instituto Perene, o coordenador operacional do projeto, Pablo Queirós, detalhou como ocorre a seleção e a entrega dos equipamentos. “Já atendemos cerca de 800 famílias e vamos chegar a 1.200 beneficiadas. O processo começa com as lideranças locais, que nos apresentam os beneficiários. Fazemos uma vistoria prévia, avaliamos as condições de cada residência, entregamos os materiais, acompanhamos a construção e, depois, as agentes comunitárias orientam sobre o uso e a manutenção correta do fogão”, relatou.

Entre os moradores, a satisfação é visível. Representante da comunidade de Pilar, Adineia Santos destacou a transformação no dia a dia. “Muitas famílias não têm condições de comprar gás todo mês e ainda cozinhavam no chão, com fumaça dentro de casa. Esse fogão é mais econômico, não deixa fuligem, a fumaça sai pela chaminé, o que protege a saúde das crianças e também evita riscos de queimaduras. Foi uma bênção para a nossa comunidade”, contou.

As orientações técnicas são reforçadas por agentes comunitárias como Ana Cláudia, que acompanha o uso dos fogões. “Ensinamos a forma correta de acender, lembramos que não pode usar plástico nem álcool, e orientamos sobre a limpeza periódica da chaminé. O objetivo é diminuir o desmatamento, já que esse fogão funciona apenas com gravetos, sem necessidade de grandes quantidades de lenha”, explicou.

Para o assessor técnico da Sema, Aldo Carvalho, que acompanha as ações junto às comunidades quilombolas, a experiência comprova o valor da tecnologia social envolvida. “Mesmo sendo de baixo custo, apresenta impactos muito relevantes para as comunidades. Do ponto de vista socioambiental e também social, é algo que pode ser ajustado e implementado em qualquer localidade. Há uma demanda impressionante e o testemunho das famílias mostra isso. É motivo de satisfação ver a Sema apoiando uma iniciativa que já nasce com protagonismo comunitário e do Instituto Perene”, destacou.

O ACT terá continuidade com o Seminário Fogões do Mar, que será realizado no próximo dia 23 de setembro, reunindo comunidades, parceiros institucionais e representantes do poder público para compartilhar experiências e resultados das duas fases da iniciativa.

Fonte: Ascom/Sema


Conselho Estadual de Educação aprova resolução para a Educação Infantil no Dia Nacional da Educação Infantil


Conselho Estadual de Educação aprova resolução para a Educação Infantil no Dia Nacional da Educação Infantil
Conselho Estadual de Educação aprova resolução para a Educação Infantil no Dia Nacional da Educação Infantil

Foto ilustrativa: Rafael Martins/GOVBA

O Conselho Estadual de Educação da Bahia (CEE-BA) aprovou, nesta segunda-feira (25), durante sessão plenária, a Resolução Normativa que estabelece diretrizes para a Educação Infantil no estado. A decisão, tomada justamente no Dia Nacional da Educação Infantil, reafirma o compromisso da Bahia com a primeira etapa da educação básica, assegurando o direito à aprendizagem e ao desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos.

A normatização da Educação Infantil pelo Conselho se faz necessária para garantir que as instituições do Sistema Estadual de Ensino — públicas e privadas — estejam alinhadas às legislações nacionais, como a LDB e a BNCC, mas também para atender às especificidades culturais, sociais e territoriais da Bahia. A Resolução vai orientar redes e instituições públicas e privadas sobre como estruturar seus currículos, garantindo práticas pedagógicas que respeitem a diversidade das infâncias baianas.

Entre os pontos inovadores, destacam-se a exigência de currículos contextualizados aos territórios de identidade da Bahia, a formação continuada de professores, o fortalecimento da gestão democrática com participação dos municípios, e diretrizes mais rigorosas de inclusão, equidade e monitoramento.

O presidente do CEE-BA, Roberto Gondim Pires, definiu a aprovação como um marco. “A Bahia dá um passo decisivo ao aprovar esta normativa. Estamos fortalecendo esta etapa como espaço de acolhimento, desenvolvimento e justiça social, garantindo que cada criança seja reconhecida como sujeito de direitos desde os primeiros anos de vida”.

A presidente da Comissão de conselheiros que elaborou a Resolução, Anna Cristina Croesy, ressaltou a construção coletiva do texto. “Trata-se de uma resolução construída com ampla participação e diálogo com diferentes atores, incluindo a UNCME/BA, o que reforça a integração entre Estado e municípios e garante que as orientações reflitam a realidade dos territórios baianos”.

A resolução que reafirma princípios já estabelecidos pela legislação nacional — como a centralidade da brincadeira e a indissociabilidade do educar e cuidar — segue para homologação da Secretaria da Educação e entrará em vigor imediatamente após a publicação em Diário Oficial (DOE).

O que a Resolução traz de novo e desafiador
A normativa exige que os currículos da Educação Infantil considerem as especificidades culturais, linguísticas e sociais dos territórios baianos, respeitando a diversidade das infâncias no estado. Ela determina diretrizes específicas para o atendimento de crianças com deficiência e de diferentes contextos sociais, culturais e territoriais, desafiando escolas a se organizarem de forma mais flexível e inclusiva, prevendo mecanismos mais rigorosos de acompanhamento pedagógico e institucional, o que exigirá maior capacidade técnica e administrativa dos sistemas de ensino.

Ainda estabelece parâmetros que exigem maior investimento na formação continuada de professores, ampliando o desafio para municípios e instituições privadas acompanharem esse processo; e reforça o papel dos Conselhos Municipais de Educação, ampliando a corresponsabilidade entre instâncias e tornando essencial a cooperação entre Estado e municípios.

Fonte: Ascom/CEE-BA