Estado e Ministério da Justiça firmam parceria focada em jovens de territórios afetados pela criminalidade e letalidade

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Tarifaço é ineficaz até para americanos, diz economista de Harvard



Foto: Reprodução/Instagram
O presidente dos EUA, Donald Trump 23 de agosto de 2025 | 17:15

Tarifaço é ineficaz até para americanos, diz economista de Harvard

O “tarifaço” promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra parceiros comerciais é uma política ineficaz até mesmo para os americanos, de acordo com o professor e economista da Universidade de Harvard Dani Rodrik. Segundo ele, as sucessivas taxações sobre produtos que chegam aos Estados Unidos, uma das principais políticas externas de Trump, não servem para incentivar a economia americana, tampouco para garantir melhores empregos para os próprios americanos.

“Há uma boa chance de que, no final das contas, isso seja autodestrutivo”, diz Dani Rodrik.

Rodrik é ganhador de inúmeros prêmios e, atualmente, é codiretor do Programa Reimagining the Economy, na Kennedy School, e da rede Economics for Inclusive Prosperity. Entre 2021 e 2023, foi presidente da Associação Econômica Internacional, na qual ajudou a fundar a iniciativa Mulheres na Liderança em Economia.

Nesta semana, o economista participou do seminário Globalização, Desenvolvimento e Democracia, realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Open Society Foundations, na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.

Dani Rodrik fez duras críticas à política adotada por Trump. Segundo ele, os objetivos alegados pelo presidente, como a reconstrução da indústria americana e o fortalecimento da classe média, não serão alcançados com tarifas de importação.

“O problema com a América de Trump não é o nacionalismo econômico, é que Trump não está adotando políticas que sejam nacionalistas o suficiente. Na verdade, não apenas não está claro de quem é o interesse, mas posso dizer que não está servindo ao interesse econômico americano”, afirma.

Os produtos do Brasil estão entre os alvos de Trump. No último dia 6, entrou em vigor a tarifa de 50% imposta sobre parte das exportações brasileiras para o país norte-americano. Segundo o governo brasileiro, a medida, assinada no dia 30 de julho, afeta 35,9% das mercadorias enviadas ao mercado norte-americano, o que representa 4% das exportações do Brasil.

Cerca de 700 produtos foram incluídos em uma lista de exceções que não sofrerão a sobretaxa. Para reduzir o impacto aos demais produtores nacionais, foi divulgado o Plano Brasil Soberano, no último dia 13.

Dani Rodrik explica que, ao taxar os produtos, pode-se até aumentar a arrecadação ou mesmo o lucro das empresas americanas, mas isso não necessariamente será revertido em empregos de qualidade e bem remunerados aos americanos ─ o que poderia fazer com que a qualidade de vida da população, sobretudo da classe média, melhorasse.

“As tarifas apenas aumentam a lucratividade de certos segmentos da manufatura. Agora, quando algumas empresas se tornam mais lucrativas, elas necessariamente inovam mais? Elas necessariamente investem mais? Elas investem mais em seus trabalhadores? Elas necessariamente contratam mais trabalhadores? Elas tentam ser mais competitivas? Todas essas coisas boas não estão diretamente ligadas ao fato de que, agora, elas estão ganhando mais dinheiro, porque você também pode reverter os lucros maiores aos gerentes ou acionistas”, diz.

Para ele, as tarifas, quando adotadas pelos países, devem ser medidas temporárias e devem ser associadas a ações internas que estimulem a economia.

“As tarifas são um expediente temporário, um escudo temporário, mas não são o principal instrumento pelo qual você atinge esses objetivos, porque, para isso, não são muito eficazes”, diz. “Os impostos podem ter um papel a desempenhar, mas o papel que desempenham seria, na melhor das hipóteses, um complemento, sempre que você tiver uma estratégia doméstica ─ seja para proteger certos setores ou políticas sociais, seja para promover a inovação por meio de políticas industriais ou por meio de mais empregos e bons empregos”, acrescenta.

O economista cita a China como um exemplo de modelo de crescimento. “A China tem seguido políticas que promovem seus próprios interesses econômicos nacionais acima de tudo. Mas, como resultado, essas políticas foram, em sua maioria, bem planejadas em termos de crescimento econômico”, defende.

Investimentos no Brasil

Trump também foi criticado pelo presidente do Conselho da Open Society, Alex Soros, que também participou do seminário. A Open Society é uma rede internacional de filantropia fundada por George Soros, pai de Alex.

Soros comentou o fechamento da Usaid, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, que era a principal agência de ajuda externa do governo dos EUA. Segundo ele, as ações humanitárias sofreram “muitos dos cortes mais dolorosos. Agora se sabe que pessoas morreram ao redor do mundo por conta dos cortes da Usaid”, diz.

“Falando como um americano, isso não é um interesse americano”, disse Alex Soros.

Na quarta-feira (20), no dia do evento, a Open Society Foudations anunciou que apoiará iniciativas na América Latina voltadas para populações historicamente marginalizadas, com foco especial em povos indígenas, comunidades afrodescendentes e mulheres. A estratégia terá Brasil, Colômbia e México como foco principal.

A intenção é apoiar, com um plano de investimento com duração de oito anos, organizações da sociedade civil e parcerias com governos para criar conjuntamente políticas públicas que atendam de forma direta às necessidades dessas populações, promovendo acesso a serviços, saúde, meio ambiente saudável, empregos de qualidade e segurança.

Para a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, esses cortes feitos por Trump impactam principalmente os países pobres.

“Nós não temos como enfrentar as desigualdades no mundo de forma isolada, muito menos os países em desenvolvimento e países pobres”, diz. “Eu acho que é muito importante que a gente tenha uma reação dos atores comprometidos com a democracia, que não se fechem no olhar somente da agenda econômica e comercial, mas que passem a olhar o que está em risco de fato”, defende.

Mariana Tokarnia/Agência Brasil



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Haddad: ‘Tem acontecido um ataque ao BB por bolsonaristas, defendendo saques de valores do banco’



Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad 23 de agosto de 2025 | 20:00

Haddad: ‘Tem acontecido um ataque ao BB por bolsonaristas, defendendo saques de valores do banco’

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou neste sábado, 23, que o Banco do Brasil tem sofrido ataques por parte de bolsonaristas nas redes sociais.

“Tem acontecido ataque ao Banco do Brasil por parte de bolsonaristas na rede social, defendendo saques de valores do banco”, disse em entrevista à TV GGN.

“Há projetos de lei no Congresso para perdoar dívidas do agro, que não está com problemas, no Banco do Brasil. Está aumentando a inadimplência no Banco Brasil por uma ação concertada, uma ação deliberada de bolsonaristas que estão tentando minar as instituições públicas”, afirmou. “O fair play deu lugar para o vale-tudo e isso compromete muito a saúde da democracia brasileira”.

A fala do ministro sobre o BB se deu num contexto de crítica aos juros bancários, que ele classificou como “abuso no crédito” (leia mais abaixo).

O BB vem sendo questionado por seus resultados. No balanço do segundo trimestre, o banco viu seu lucro cair 60% em um ano, o que desagradou investidores do mercado financeiro.

Grandes produtores rurais, especialmente do Centro-Oeste e do Sul, estiveram no centro dos problemas na carteira de crédit odo banco que provocaram uma queda para 8,4% no retorno (ROE, na sigla em inglês) de abril a junho.

Ataques ao Banco do Brasil nas redes

Nesta sexta-feira, 22, o BB afirmou em nota que tem acompanhado o surgimento de “publicações inverídicas e maliciosas” nas redes sociais com o objetivo de gerar pânico e induzir a população a decisões que podem prejudicar a sua saúde financeira. O banco diz ainda que tomará todas as medidas legais cabíveis para proteger sua reputação, seus clientes e seus funcionários.

O banco cita que identificou publicações sugerindo retirada de depósitos do banco por parte dos clientes. “Declarações enganosas ou inverídicas que tenham como objetivo prejudicar a imagem do Banco do Brasil não serão toleradas”, diz o texto.

Na terça-feira, 19, o advogado Jeffrey Chiquini, defensor de Felipe Martins, ex-assessor da Presidência de Jair Bolsonaro, recomendou publicamente nas redes sociais que as pessoas tirem recursos que tenham no banco. “Meu conselho a você que tem conta no Banco do Brasil: tire seu dinheiro de lá”, escreveu na rede social X (antigo Twitter). A publicação, no entanto, foi apagada neste sábado, 23.

Na quinta-feira, 21, ele publicou: “Não é bravata, é realidade: o Banco do Brasil está pisando em terreno arenoso e assumindo o risco de ser sancionado pelo governo americano, podendo sacrificar todas as suas operações internacionais e ser multado em bilhões de dólares”.

A reportagem procurou o advogado, mas não obteve resposta.

Nesta semana, bancos brasileiros, incluindo o BB, viram suas ações desabarem nesta terça-feira, 19, após decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que leis e decisões estrangeiras não se aplicam a brasileiros no Brasil – em meio à tensão sobre a Lei Magnitsky, aplicada pelos EUA ao ministro Alexandre de Moraes.

Moraes teve seu cartão de crédito da bandeira Mastercard, empresa americana, bloqueado, em razão das sanções da Magnitsky. Como mostrou a Coluna do Estadão, o Banco do Brasil, instituição em que o ministro tem conta, ofereceu a ele um cartão da bandeira Elo, que é nacional.

A preocupação dos analistas se deve ao papel que a companhia exerce no meio político. Isso porque o BB é responsável por pagar os salários dos ministros do STF, que têm sido alvo de críticas e sanções dos Estados Unidos por conta do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

Sobre o assunto, o BB afirmou na quinta-feira que acumula sólida experiência em relações internacionais e está preparado paralidar com temas complexos ou sensíveis que envolvem regulamentações globais.

Na quarta-feira, 20, a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, afirmou, sem citar nomes, que é “muita falta de responsabilidade” colocar em xeque a solidez e a integridade do banco.

“É muita falta de responsabilidade quando algum brasileiro vem colocar em xeque a solidez, a segurança e a integridade de uma empresa como o Banco do Brasil”, afirmou. “Que a gente não acredite em fake news. Que a gente não propague mentiras.”

Haddad critica juros bancários

Haddad destacou que, apesar da redução nas taxas de juros cobradas de trabalhadores, os valores ainda estão muito elevados e precisam ser tratados com seriedade.

“Quando o juro cai de R$ 7% para 3,5%, não há dúvida que há o que comemorar. Mas, anualizando, quanto trabalhador paga de juro? Compara com a inflação, compara com a Selic”, disse.

Segundo Haddad, o governo já está tomando providências para reduzir o spread (diferença entre o custo do dinheiro para o banco, o quanto ele paga ao tomar empréstimo, e o quanto ele cobra para o consumidor na operação de crédito).

“Os bancos sabem que o spread de juros está na agenda do governo; democratizar o crédito é importante”, afirmou, ressaltando que é preciso tirar o trabalhador da mão de agiotas e de instituições financeiras abusivas.

‘Diminuir gasto tributário não é aumentar imposto’

Na entrevista, Haddad defendeu que o ajuste fiscal promovido pelo governo Lula tem se apoiado principalmente no combate às renúncias fiscais, e não na criação ou elevação de tributos. “Diminuir gasto tributário não é cobrar de quem não paga ou aumentar imposto. Não é nada disso. Simplesmente nos recusamos a manter a renúncia fiscal no

Segundo o ministro, a estratégia foi fundamental para avançar na consolidação das contas públicas. “Em dois anos e meio, o ajuste fiscal foi feito em torno do combate às renúncias fiscais”, afirmou. Haddad ressaltou ainda o papel do Congresso Nacional na aprovação de medidas importantes, apesar das resistências.

“Bem ou mal, as pautas estão avançando no Congresso. Houve aprovação da reforma tributária, que foi a maior já feita no Brasil”, destacou.

O ministro da Fazenda afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu em 2022 um país em condições políticas muito distintas daquelas encontradas em seu primeiro mandato, em 2002. “Em 2002, Lula recebeu um país institucionalmente estável, um Congresso manejável, em que era possível conformar maioria com relativa facilidade”, disse Haddad.

Segundo o ministro, o cenário atual é marcado pela atuação de uma oposição que, em sua avaliação, não apresenta projeto de país. “Hoje a oposição bolsonarista não tem projeto para o país. O projeto deles é o país não andar, o país não evoluir”, afirmou.

Haddad destacou, porém, que não vê o Congresso Nacional como um obstáculo ao governo. “Não estou aqui criticando o Congresso Nacional como instituição. Tenho até agradecido, porque, bem ou mal, as pautas estão avançando”, afirmou.

Transformação ecológica e tecnologia

O ministro falou sobre as oportunidades do Brasil na transformação ecológica e no desenvolvimento tecnológico.

“Nós temos rigorosamente todas as vantagens competitivas. Temos o melhor vento, o melhor sol, a terceira maior reserva de terras raras e minerais críticos. É óbvio que isso vai exigir parceria, porque não temos toda a tecnologia disponível aqui, mas precisamos transformar isso em valor agregado, em emprego de qualidade, em tecnologia de ponta”, afirmou.

Haddad acrescentou que o Brasil precisa avançar na criação de empresas nacionais de tecnologia, principalmente no processamento de dados, já que hoje 60% das informações brasileiras são processadas fora do País.

“Imagina do ponto de vista de soberania, com as ameaças em curso, o que isso pode significar? Amanhã uma pessoa com viés autoritário pode querer prejudicar o Brasil”, alertou.

Leia também: BB identifica ação nas redes de bolsonaristas contra o banco e é pressionado a recorrer à PF

Leandro Silveira/Caroline Aragak/Estadão



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BB denuncia vídeo de Eduardo Bolsonaro por fake news e pede ação da AGU para evitar corrida bancária



Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados/Arquivo
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) 24 de agosto de 2025 | 10:02

BB denuncia vídeo de Eduardo Bolsonaro por fake news e pede ação da AGU para evitar corrida bancária

O Banco do Brasil denunciou à Advocacia-Geral da União uma série de postagens feitas na última semana nas redes sociais com informações falsas sobre o banco e incitando a retirada maciça de recursos por correntistas.

Segundo ofício encaminhado pelo banco, os ataques nas redes sociais começaram na última terça-feira, 19. Entre eles, há um vídeo feito por Eduardo Bolsonaro no dia 20, em que o deputado federal afirma que “o Banco do Brasil será cortado das relações internacionais, o que o levará à falência”. Eduardo tem mais de 1,7 milhão de seguidores em seu canal no Youtube.

A reportagem procurou o deputado, mas ainda não obteve resposta.

A presidente do banco, Tarciana Medeiros, reclamou publicamente desse movimento em evento no dia 20, sem citar nomes.

O BB denunciou outros autores, como o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) e o advogado Jeffrey Chiquini, que defende o ex-assessor da Presidência do governo Jair Bolsonaro Filipe Martins, com postagens, segundo o banco, difamatórias e contra a soberania nacional.

Na comunicação à AGU, os advogados alertam que esses ataques podem configurar crimes contra o Estado Democrático de Direito, contra a soberania nacional, contra o Sistema Financeiro Nacional, além de representar violação de sigilo bancário e difamação. Por isso, o BB quer que a AGU avalie a ação na Justiça para coibir a disseminação desse tipo de informação.

As postagens mencionadas foram feitas no X, no Instagram e no Threads, além de vídeos no Youtube.

“A nova estratégia consiste em coagir, ameaçar e colocar instituições financeiras integrantes do Sistema Financeiro Nacional, notadamente o Banco do Brasil, contra o Supremo Tribunal Federal”, afirma o BB, no mesmo ofício.

A informação de que o BB havia comunicado a AGU sobre as postagens foi revelada pela Folha de S.Paulo e confirmada pelo Estadão.

‘Do dia para noite, surgem especialistas em Lei Magnitsky’

No documento, a que a reportagem teve acesso, o BB relata à AGU que a campanha pode levar à uma corrida bancária contra a instituição, em razão de entendimentos falsos e incorretos sobre a aplicação da Lei Magnitsky e as consequências para o banco.

Na semana passada, o BB cancelou o cartão internacional do ministro Alexandre de Moraes, de bandeira Mastercard, como consequência da aplicação da medida restritiva decretada por Donald Trump. No lugar, ele recebeu um cartão com da Elo, bandeira brasileira cujos acionistas são o próprio BB, além da Caixa e do Bradesco.

“O cenário de risco é que, do dia para noite, e cada vez mais, surgem especialistas em Lei Magnitsky, formados em redes sociais, que recomendam a retirada de recursos de bancos brasileiros, especialmente do Banco do Brasil, controlado pelo Estado brasileiro”, afirma o BB. “Esse raciocínio enviesado, que pode fomentar uma corrida de clientes para retirada de recursos de instituições financeiras brasileiras, sem qualquer conhecimento de causa, gera tensão em seus clientes e risco à economia nacional.”

O banco relatou que, em razão da campanha, clientes começaram a pedir “esclarecimentos pelo temor de sanções secundárias falsamente propagadas”.

No sábado, 23, os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) atribuíram essa campanha nas redes sociais a bolsonaristas.

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Mariana Carneiro//Estadão



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Com apoio do Governo do Estado, Feira INDEX 2025 começa em Salvador e reúne lideranças da indústria de todo o Brasil


Com apoio do Governo do Estado, Feira INDEX 2025 começa em Salvador e reúne lideranças da indústria de todo o Brasil
Com apoio do Governo do Estado, Feira INDEX 2025 começa em Salvador e reúne lideranças da indústria de todo o Brasil

Foto: Wuiga Rubini/GOVBA

Foi aberta oficialmente nesta quarta-feira (27), no Centro de Convenções Salvador, a INDEX 2025 – Feira da Indústria da Bahia, maior evento voltado ao setor industrial do estado. A solenidade contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, além de autoridades, empresariado, entre outros participantes . A INDEX 2025 acontece até o dia 29 de agosto em um ambiente estratégico para negócios, inovação, capacitação e desenvolvimento industrial, consolidando-se como um dos principais vetores de fortalecimento da economia baiana.

O evento acontece em um momento positivo para o setor. De acordo com dados apresentados pelos organizadores, a indústria representa 25% do PIB da Bahia, movimenta R$ 76,5 bilhões por ano, conta com mais de 22 mil estabelecimentos e gera 463 mil empregos diretos.

Durante a abertura, o governador Jerônimo Rodrigues visitou os stands e destacou a importância da indústria para o crescimento sustentável do estado: “Estamos trabalhando para fazer da Bahia um polo industrial ainda mais forte e inovador, sem perder de vista o compromisso com o social e o meio ambiente. A Bahia tem uma forte participação nos setores econômicos, com cerca de 1/4 da sua economia movimentada pela indústria. E quando falamos de indústria, estamos falando de todos os segmentos que a compõem. Por isso, é fundamental continuar fortalecendo esse setor”, afirmou.

A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e o Sebrae Bahia com apoio do Governo do Estado através das Secretarias de Turismo (Setur-BA) e Desenvolvimento Econômico (SDE); e patrocínio da Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás), Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) e Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM).

Presente na cerimônia, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida, ressaltou que a INDEX é mais do que uma feira, é um verdadeiro ecossistema de inovação e conexões. “A indústria baiana vive um momento de transformação e expansão. Essa feira representa a concretização de um projeto estratégico para estimular novos investimentos e abrir caminhos para empresas de todos os portes”, destacou.

Programação

Com mais de 200 expositores e expectativa de 30 mil visitantes, a INDEX 2025 reforça seu caráter nacional e estratégico. A programação inclui palestras, workshops, palco 360° com conteúdo dinâmico, rodada de negócios, espaços temáticos como Cozinha Show, Passarela de Moda, Salão de Beleza e áreas de Integração Cultural. Fóruns e painéis estratégicos discutirão temas centrais como reforma tributária, política industrial, financiamento, inovação, transição energética e sustentabilidade.

Destaque para o fórum e os eventos voltados às práticas ambientais, sociais e de governança (ESG), com foco na COP 30 e nas perspectivas sobre o papel da indústria na adaptação às mudanças climáticas. Esses debates abordarão desafios, estratégias sustentáveis e iniciativas concretas em setores estratégicos, alinhando a Bahia com os compromissos globais de sustentabilidade.

O presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos, celebrou a consolidação da feira como um espaço de fortalecimento produtivo. “A INDEX é uma vitrine da força e da diversidade industrial da Bahia. É uma oportunidade da Bahia conhecer a indústria da Bahia, de expandir seus mercados aqui na Bahia. E aqui o principal ponto será de conexão, de poder oferecer a oportunidade de conectar o comércio da Bahia com a indústria da Bahia, o comércio da região Nordeste com a indústria da Bahia, tudo isso cria um clima positivo em favor da economia”, afirmou.

Repórter: Joci Santana/GOVBA


Famílias brasileiras usam quase 10% do orçamento para pagamento de juros



Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil/Arquivo
Comprometimento do orçamento com débitos no país é quase o triplo da média de nações desenvolvidas 24 de agosto de 2025 | 11:21

Famílias brasileiras usam quase 10% do orçamento para pagamento de juros

As famílias brasileiras comprometem quase 10% da renda apenas com o pagamento de juros, em um sintoma da baixa qualidade do endividamento do brasileiro, composto em sua maior parte por obrigações de curto prazo e taxas elevadas.

Em maio último, mostram dados do Banco Central, esse peso alcançou 9,86%, o maior da série histórica iniciada em 2005 e pouco acima do patamar atingido em 2023, quando houve o lançamento do programa Desenrola, criado para estimular a renegociação de débitos.

Atualmente, o equivalente a 27,79% da renda das famílias é direcionado ao pagamento de amortização de dívidas mais os juros —ou seja, as taxas representam mais de um terço do total.

Esse percentual é quase o triplo da média de 17 países desenvolvidos, cujos dados de dívidas das famílias em relação à renda são disponibilizados pelo BIS (Banco de Compensações Internacionais). Nos Estados Unidos, por exemplo, as famílias destinam o equivalente a 8% do orçamento ao pagamento de dívidas, e no Japão, o peso é de 7,8%.

“No mundo todo existe comprometimento de renda com dívidas. A diferença é que no Brasil a maior parte é com débitos relacionados a cartão de crédito ou empréstimo pessoal, que possuem taxas maiores”, afirma Rafael Schiozer, professor titular de finanças da FGV-EAESP.

Números do BC ajudam a explicar essa diferença. O comprometimento da renda das famílias brasileiras especificamente com o crédito imobiliário, que possui os menores juros entre as diferentes modalidades de empréstimos e é acessível a poucos brasileiros, é de apenas 2,13%.

Ou seja, o restante, ou 25,66% do comprometimento da renda das famílias brasileiras, roda a juros mais altos.

Estêvão Kopschitz, economista do Grupo de Conjuntura do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), aponta que grande parte das dívidas brasileiras é formada por operações de crédito de curto prazo, que são exatamente as que possuem taxas maiores.

“Em países desenvolvidos, o endividamento das famílias é bastante voltado para pagar crédito habitacional, que tem a garantia do próprio imóvel e que não possui um peso tão grande na despesa mensal porque os juros são baixos”, afirma.

SINAL AMARELO

Os dados do BC mostram que o peso do pagamento de juros sobre o orçamento familiar teve um pico em 2023 e caiu em 2024, mas voltou a crescer do final do ano passado para cá. Essa piora no cenário tem a ver com dois fatores: uma combinação perigosa de juros mais altos e mais crédito.

Em junho, último dado disponibilizado pelo BC, a taxa média anual do crédito pessoal estava em 58,3%, o maior nível desde maio de 2023. Ao mesmo tempo, nos últimos dois anos o saldo de crédito com recursos livres (que exclui os empréstimos imobiliários) saltou 23,4%.

Fábio Pina, assessor econômico da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), aponta que o crédito cresceu impulsionado pelo emprego e renda mais robustos dos últimos anos.

“O que explica o crescimento do peso dos juros é o fato de que tenho emprego e renda aumentando, o que na percepção do setor financeiro reduz um pouco o risco e eleva o crédito. Isso aconteceu apesar de as taxas de juros terem aumentado”, diz.

Na avaliação dele, o Brasil vive um momento de “sinal amarelo” em relação ao endividamento. Após recuar de um pico alcançado em 2023, o calote de mais de 90 dias das pessoas físicas voltou a se elevar para 6,3%, segundo o último dado do Banco Central.

O assessor econômico da FecomercioSP é autor de um estudo que mostra que os gastos com juros dos lares brasileiros cresceram 20,5% em 2024 na comparação com o período anterior. Mas, no mesmo período, a massa de renda anual das famílias avançou apenas 3,2%.

O aumento na educação financeira é apontado pelos especialistas como necessária para ajudar a reduzir o endividamento ruim, mas não é considerada uma bala de prata.

“O Brasil precisa de mais educação financeira. Já melhorou muito, existe uma iniciativa do Banco Central, por exemplo, de educação financeira nas escolas. Mas é necessário também um comportamento individual das pessoas, de se conscientizarem de que tomar crédito de curto prazo é mais caro”, afirma Kopschitz, do Ipea.

Para Schiozer, é necessário um consumo mais cuidadoso. “Evitar o superendividamento é, em essência, ter um consumo compatível com a renda. Sou um pouco cético em relação à educação financeira como bala de prata, acho que muitas pessoas têm consciência de que estão gastando mais do que ganham. Então na verdade o que é mais necessário é uma mudança de hábitos.”

Ele cita um estudo do Banco Central que mostra que o incentivo ao crédito consignado (com desconto em folha de pagamentos) pode ter um impacto negativo no consumo de longo prazo. “Depois de dois, três anos, as pessoas tiveram uma redução de consumo muito maior do que a alta logo que tomaram crédito. É um exemplo da consequência de longo prazo do superendividamento”.

Maeli Prado/Folhapress



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