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O aumento na procura por cosméticos veganos tem chamado atenção do setor em várias partes do mundo. De acordo com dados do IMARC Group, em 2024, o mercado brasileiro alcançou faturamento de 312,12 milhões de dólares, com expectativa de que o valor dobre até 2033. Pensando nesse potencial, as estudantes Alice Mascarenhas, Riana Lima, Rachel Azevedo e Mariana Carvalho, do Colégio Estadual Professor Carlos Valadares, em Santa Bárbara, no semiárido baiano, criaram um bronzeador à base de buriti (Mauritia flexuosa) e hibisco.

Orientadas pela professora Ana Luiza Rezende, as jovens cientistas pensaram em criar um produto que valorizasse os ingredientes encontrados no território e que tivesse propriedades importantes para a pele. “Nosso óleo bronzeador é totalmente natural, à base de recursos regionais, sem aditivos químicos prejudiciais. Pode ser usado como bronzeador ou pós-bronze para regeneração da pele, proporcionando aspecto bronzeado sem exposição solar”, afirmam Alice Mascarenhas e Riana Lima.

A estudante Mariana Carvalho conta o porquê de terem escolhido o buriti para compor o bronzeador, batizado com o nome de Sol Dourado. “A essência de hibisco, extraída artesanalmente com álcool de cereais, confere aroma suave e propriedades antioxidantes”. Já o óleo de buriti, segundo Rachel Azevedo, “apresenta qualidades únicas, como a alta concentração de betacaroteno, tocoferóis e ácidos graxos essenciais como o ácido oleico (ômega-9), linoleico (ômega-6) e palmítico, sendo um potente hidratante e regenerador da pele, além de conferir coloração dourada natural”.

Para Ana Luiza Rezende, que é engenheira de alimentos e mestre em engenharia civil e saneamento ambiental, a educação científica e empreendedora tem potencial transformador. “A inserção de jovens na ciência promove transformações significativas no processo educacional. Uma abordagem que conecta ciência aplicada com realidade de mercado prepara os jovens tanto academicamente quanto profissionalmente para o empreendedorismo científico, formando futuros empreendedores”, diz a professora.

O projeto, que avança nos testes de eficácia e nos ajustes da formulação para garantir maior segurança dermatológica, tem apoio da Secretaria da Educação (Sec), do Lab Maker do Senai Feira de Santana e dos Clubes de Ciências – Semente da Bahia e o Conexões STEAM. O grupo planeja patentear a ideia. “Isso nos permitirá proteger a inovação desenvolvida e garantir que nossa metodologia sustentável seja devidamente reconhecida”, conclui Ana Luiza Rezende, que integra o Clube de Ciências Pinga Saberes.

Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) estreou no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail [email protected].
 

A Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri) e a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) estão presentes na nova etapa da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), ação interinstitucional que visa melhorar a qualidade ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e de vida dos povos da região. O Termo de Cooperação, com validade de cinco anos, foi assinado em cerimônia ocorrida na na sexta-feira (19), na sede do Ministério Público da Bahia (MP-BA), em Salvador, pelo titular da Seagri, Pablo Barrozo; pelo diretor-geral da Adab, Paulo Sérgio Luz; e pela promotora de Justiça e coordenadora-geral da FPI, Luciana Khoury.

Na ocasião, o secretário Pablo Barrozo ressaltou a importância da união de esforços, através da FPI, para o desenvolvimento sustentável da produção baiana, principalmente às margens do Rio São Francisco. “A Bahia é eminentemente agrícola, tem condições de crescer muito mais, com responsabilidade, respeito aos povos originários, ao nosso povo, à nossa cultura e identidade. É um rio de integração nacional, que corre por diversos estados e que é muito importante para a agricultura, para o desenvolvimento das cidades, geração de energia elétrica, transporte e meio ambiente, além de emprego e renda”.

O diretor-geral da Adab, Paulo Sérgio Luz, explicou que, nas operações de fiscalização, o órgão vinculado à Seagri, trabalha em conjunto com demais órgãos no combate ao abate clandestino e demais práticas que coloquem em risco a questão sanitária dos alimentos. “O São Francisco é a cara do Nordeste e da Bahia e que, com a transposição para os outros estados, ganhou ainda mais importância para o abastecimento, além da produção de alimentos”, declarou.

A promotora Luciana Khoury ressaltou a importância do equilíbrio ambiental, além do compromisso com a revitalização dos mananciais e das bacias hidrográficas. “É impossível fazer justiça socioambiental sem discutir a questão agrária, e que a convivência é o que garante a sustentabilidade e o desenvolvimento, com inclusão dos povos originários”, pontuou.

FPI – A iniciativa tem como objetivos combater o desmatamento e a captação irregular de água, mitigar os impactos dos agrotóxicos, coibir a extração irregular de minérios e o comércio ilegal de animais silvestres, combater a pesca predatória, apoiar o gerenciamento de resíduos sólidos e promover a preservação do patrimônio arquitetônico, cultural e imaterial da Bahia.

Na mais recente etapa, ocorrida em maio, órgãos de defesa agropecuária, liderados pela Adab, interditaram 48 estabelecimentos varejistas e apreenderam mais de quatro toneladas de produtos de origem animal em condições irregulares no oeste baiano. A iniciativa visa resguardar a saúde pública, combatendo comercialização de itens com não conformidades ou ausência de procedência adequada.

A 18ª edição do Festival Literário e Cultural de Feira de Santana (FLIFS) será realizada de 23 a 28 de setembro e terá a participação ativa dos estudantes da rede estadual de ensino. Além de protagonizarem apresentações artísticas e culturais, eles receberão vales-livros no valor de R$ 50, distribuídos pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC). Ao todo, serão destinados R$ 300 mil em 6 mil vales. O objetivo é estimular a leitura e ampliar o acesso a obras literárias.

A abertura oficial do evento acontece no dia 23 de setembro, às 18h, na Praça Padre Ovídio. A programação se estenderá por diferentes espaços, como o Sesc Centro, o Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA), a Biblioteca Setorial Monteiro Lobato e o Centro Municipal de Educação Inclusiva. O festival chega à sua 18ª edição com o tema “FLIFS, 18 anos formando leitores”.

Durante o evento, os estudantes da rede estadual vão apresentar projetos estruturantes que incluem dança, música, poemas, teatro e outras expressões artísticas. As ações evidenciam a força da educação pública no fomento à cultura e no estímulo ao protagonismo juvenil, aproximando ainda mais a escola dos espaços culturais da cidade.

Além do investimento nos vales-livros, a Secretaria da Educação destinará mais R$ 50 mil para apoio geral ao festival, que também foi contemplado pelo Edital nº 01/2024 de Apoio às Festas, Feiras e Festivais Literários no Estado da Bahia, recebendo R$ 300 mil. Os recursos garantem a realização de uma programação diversificada e aberta a públicos de todas as idades.

Com 18 anos de existência, a FLIFS se consolidou como um espaço de valorização da literatura, de promoção da diversidade cultural e de fortalecimento da identidade regional, reafirmando o direito ao livro, à leitura e à cidadania.