Categoria: Bahia

A Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (Sema) participa, entre os dias 20 e 22 de outubro, do 4º Encontro Nordestino do ICLEI Brasil, que acontece em Teresina (PI), com o tema “Conectando cidades e estados rumo à COP30”. O evento reúne gestores públicos, cientistas, representantes da sociedade civil e do setor privado em torno do fortalecimento do papel do Nordeste na transição energética e na justiça climática.

Representando a Sema, o superintendente de Políticas e Planejamento Ambiental e membro da Comissão Nacional de Combate à Desertificação, Luiz Carlos de Araujo Júnior, participa nesta terça-feira (21) do painel “Nossa Terra, Nosso Futuro: o protagonismo da Caatinga no combate à desertificação”, que irá abordar estratégias, políticas e soluções baseadas na natureza para a proteção e recuperação do bioma.

Organizado pelo ICLEI América do Sul, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semarh), o encontro discute temas como financiamento climático, federalismo ambiental e adaptação às mudanças do clima, buscando alinhar as ações regionais às metas nacionais rumo à COP30, que será realizada no mês de novembro, em Belém (PA).

“A caatinga é um patrimônio natural e social do Nordeste e precisa ser reconhecida como parte da solução climática do Brasil. O combate à desertificação é uma agenda de Estado, que exige cooperação, ciência e investimentos contínuos. Na Bahia, temos trabalhado em políticas que unem sustentabilidade, inclusão e resiliência, com foco na recuperação de áreas degradadas e no fortalecimento das comunidades que vivem no semiárido. Essa troca de experiências entre os estados é essencial para consolidar uma estratégia regional de adaptação e baixo carbono rumo à COP30”, destacou o superintendente.

Durante os três dias de evento, os participantes também discutem mecanismos de financiamento climático, inovações tecnológicas aplicadas à sustentabilidade e estratégias de governança ambiental multinível, com foco na preparação da região para apresentar resultados concretos e integrados durante a COP30. O encontro encerra na quarta-feira (22) com a apresentação da Carta do Nordeste para a COP30, documento coletivo que reunirá os compromissos e propostas dos estados e municípios nordestinos para fortalecer a agenda climática nacional.
 

Três grandes exposições entram em cartaz nesta quinta-feira (23), em Salvador, marcando a programação dos museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), unidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado (Secult-BA). Duas delas acontecem no Museu de Arte da Bahia (MAB) e uma no Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC_BAHIA). As aberturas oficiais serão na quinta-feira (23), com entrada gratuita.

A ceramista e professora Hilda Salomão, uma das maiores referências da cerâmica na Bahia e no Brasil, celebra 50 anos de trajetória artística com a exposição O Caminho de Volta – Andarilhos, no MAB.  Com curadoria de Alejandra Muñoz, a mostra reúne 50 obras, entre esculturas, painéis e instalações, que evidenciam a força poética e espiritual da artista. Mais do que uma retrospectiva, a exposição propõe um reencontro simbólico entre passado e presente, em que a cerâmica se apresenta como “território de permanência e descoberta”.

Peças emblemáticas como Andarilho, Senhora do Tempo e Procissão sintetizam a densidade simbólica e a espiritualidade presentes na obra de Hilda. A mostra ocupa a recém-inaugurada Galeria Jardim, no MAB. Durante a abertura, na quinta (23), às 18h, será lançado o livro homônimo, que revisita meio século de criação, pesquisa e partilha de saberes da artista.

Desperta, Ferro!
Também no MAB, às 18h, o artista chileno radicado na Bahia José Ignacio apresenta a exposição Desperta, Ferro!, com curadoria de Alana Silveira. O trabalho é resultado de dois anos de pesquisa e criação, reunindo 20 esculturas produzidas a partir de ferro, madeira e pedra.

Formado em arquitetura, Ignacio coletou fragmentos de demolições e materiais de descarte em mais de 20 ferros-velhos de Salvador. A partir desses elementos, constrói esculturas de forte presença simbólica, muitas de grande porte, algumas com cerca de três metros de altura. Sua produção dialoga com o imaginário mitológico de povos ancestrais, recriando deidades e formas totêmicas em um gesto de ressignificação e memória material.

Hálito e Fumaça
No Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC_BAHIA), a partir das 17h, o artista Cipriano apresenta sua primeira exposição individual, Hálito e Fumaça, com curadoria de Renato Menezes. Em cartaz até 23 de novembro, a mostra foi concebida como uma instalação site-specific para a Galeria 3, propondo uma experiência imersiva em torno da espiritualidade e das tradições afrodescendentes.

A mostra reúne apenas duas obras e uma das canções que o artista entoa em seus rituais criativos. Hálito e Fumaça transforma o espaço expositivo em um território de transmutação, onde corpo, palavra e pintura se entrelaçam num rito de passagem entre o visível e o invisível, entre ancestralidade e contemporaneidade.

A programação completa dos equipamentos pode ser consultada no site do IPAC: https://www.ba.gov.br/ipac/

Fonte: Ascom/IPAC
 

De feiras de livros a rodas de conversa com escritores baianos, escolas da rede estadual da Bahia celebram, de 20 a 29 de outubro, a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB), destacando a importância da leitura e das bibliotecas como espaços de conhecimento, convivência e transformação. A iniciativa busca fortalecer o vínculo dos estudantes com o universo literário e incentivar o hábito de ler dentro e fora da sala de aula.

As ações surgem a partir de um movimento de incentivo à leitura promovido no âmbito da Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC), que estimulou as unidades escolares a desenvolverem programações alusivas à data. “Enviamos ideias para que as escolas comemorassem a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca com ações diversas. Algumas aderiram de forma espontânea, especialmente as que contam com profissionais bibliotecários”, explicou a coordenadora do Livro e da Biblioteca da SEC, Alessandra Santana.

Diversas escolas da rede estadual já confirmaram a participação com programações literárias e culturais. As atividades tiveram início nessa segunda-feira (20), com a Feira de Livros promovida pelo Centro Estadual de Educação Profissional em Saúde Anísio Teixeira. Já nesta terça-feira (21), o Anexo do Colégio Estadual Dr. Berlindo Mamede de Oliveira, localizado na Colônia Penal de Simões Filho realiza o projeto “Livros para Voar”, que estimula o compartilhamento de obras literárias entre os estudantes.

Ainda nessa semana, o Colégio Estadual da Bahia (Central) promove a roda de conversa “Celebrando o Dia Nacional do Livro e da Biblioteca”, com a presença de escritores baianos. O Centro Territorial de Educacional Profissional de Dias D’Ávila (Cetep de Dias D’Ávila), está realizando, durante toda a semana, o “Halloween Literário”, explorando uma seleção especial de livros temáticos de halloween. Encerrando a programação, no dia 29 de outubro, o Colégio Estadual Governador Roberto Santos realiza o debate “A Importância da Biblioteca Escolar na Inclusão Socioeducacional”, enquanto o Colégio Estadual Góes Calmon promove a ação “Biblioterapia na Escola”, voltada ao uso dos livros como ferramenta de bem-estar e acolhimento.

A mobilização das escolas reforça a importância de celebrar a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, reconhecendo a leitura como um instrumento de aprendizado, liberdade e transformação social.
 

Em meio à paisagem de Monte Santo, o barulho das cascas sendo quebradas na Unidade de Beneficiamento de Derivados do Licuri, da Associação Terra Sertaneja (ACOTERRA), na Escola Família Agrícola do Sertão (EFASE), é o som de uma tradição que atravessa gerações e de uma economia que se renova.
Deivid Pereira, agente de negócios da ACOTERRA, conhece bem cada etapa do processo. É ele quem explica como o pequeno fruto da Caatinga percorre um longo caminho até virar óleo, renda e aprendizado.

“O coquinho do licuri vem das comunidades extrativistas, principalmente de mulheres, que fazem todo o processo de coleta e secagem. Depois, ele passa por uma sequência de etapas, da retirada das cascas à quebra e separação da amêndoa, até chegar ao beneficiamento, onde é extraído um óleo de altíssima qualidade, com até 60% de pureza”, conta Deivid, com orgulho.

Muito mais que uma cadeia produtiva, o licuri é parte da identidade do semiárido. Seu aproveitamento, que antes era apenas artesanal, agora ganha estrutura e escala com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio do Programa Bahia que Produz e Alimenta, coordenado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR/SDR).

A iniciativa tem transformado o modo de produzir e comercializar no campo. Até 2030, o programa deve apoiar 800 organizações produtivas em todo o estado, beneficiando cerca de 156 mil pessoas, metade mulheres e 20% jovens, com investimento de US$ 150 milhões, oriundos do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e do Governo da Bahia. Entre as metas estão incentivar agricultores a adotarem novas tecnologias, ampliar o valor das vendas e garantir mais acesso à água e infraestrutura produtiva.

Na prática, isso significa autonomia e reconhecimento para quem vive do licuri. “Antigamente, o óleo era usado de forma medicinal ou nos cabelos, como alternativa natural. Hoje, com o beneficiamento, conseguimos agregar valor e mostrar que o licuri pode gerar renda e oportunidades sem perder suas raízes culturais”, explica Deivid.

Em Monte Santo, o fruto que nasce resistente no sertão prova que sustentabilidade e tradição podem caminhar juntas. E, com o apoio do Governo da Bahia, o licuri segue firme, pequeno no tamanho, gigante no impacto.

Fonte: Ascom/SDR