Hilton condena operação no Rio e denuncia genocídio do ‘povo de favela’



O deputado Hilton Coelho (Psol) apresentou, na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), uma moção de solidariedade às comunidades do Complexo da Penha e do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, vítimas da mais letal operação policial da história recente do país. A ação resultou em mais de 130 mortos, incluindo quatro policiais, e deixou centenas de famílias destroçadas — em mais um episódio que, segundo o parlamentar, escancara o genocídio promovido pelo Estado brasileiro contra o povo preto e pobre das favelas.

“O que aconteceu no Rio de Janeiro é uma tragédia anunciada. Uma chacina de proporções inimagináveis, um verdadeiro massacre que não pode ser confundido com política de segurança pública. É a declaração de guerra do Estado contra seu próprio povo”, afirmou Hilton Coelho.

Para o deputado, o episódio evidencia a lógica de Estado de exceção que opera nas periferias, onde “o povo da favela é tratado como inimigo”. Ele lembra que, enquanto trabalhadores, mães e crianças são alvejados, o verdadeiro poder criminoso — o tráfico internacional de armas e drogas — continua sendo operado em gabinetes luxuosos por empresários, militares e políticos com sobrenomes conhecidos, “cujas mansões jamais são sobrevoadas por helicópteros policiais”.

Hilton Coelho foi enfático ao responsabilizar o governador Cláudio Castro, a quem chamou de “o maior chacineiro do país”, por legitimar e celebrar a matança. “Não há paz possível construída sobre o sangue do povo preto e pobre. Não há segurança possível sem justiça social, educação, saúde e dignidade”, declarou.

A moção apresentada também repercute as manifestações de organizações de direitos humanos e da ONU, que exigem investigação rigorosa e denunciam o descumprimento, pelo Brasil, de suas obrigações internacionais de garantia dos direitos fundamentais.

“O que acontece no Rio ecoa em todo o Brasil. Cada bala disparada numa favela carioca atinge também as periferias de Salvador, de Feira de Santana, de Camaçari e de tantas outras cidades. É a política genocida que se espalha, sustentada pelo racismo estrutural e pelo desprezo às vidas negras e pobres”, denunciou o parlamentar.

Hilton defende uma mudança radical na política de segurança pública, com foco em inteligência, investigação, controle de armas, rastreamento de dinheiro e políticas sociais efetivas. “Chega de governantes que tratam o povo como alvo. É urgente construir uma política de segurança com o povo, e não contra ele.”

O parlamentar finaliza afirmando que o mandato do PSOL seguirá atuando em defesa da vida, dos direitos humanos e do povo trabalhador, sem aceitar o silêncio cúmplice diante de mais um massacre.



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