tricolores gritam “Baêa” com toda força após 36 anos


Rogério faz trabalhos incríveis quando lhe dão tempo, liberdade para trabalhar e segurança para isso. Não é uma coincidência que os dois times do Nordeste na Libertadores começaram seus projetos de crescimento com Rogério no comando. O Fortaleza conseguiu essa evolução graças ao incrível trabalho técnico e de organização de Rogério e à continuidade, também importantíssima, de Juan Pablo Vojvoda.

No tricolor cearense, teve na retaguarda um dirigente moderno, inteligente e seguro, que é Marcelo Paz. Já no Bahia, ele foi escolhido pelo Grupo City para iniciar o retorno do clube no cenário nacional e continental e, mesmo que em alguns momentos os torcedores pressionaram para a sua saída, o Grupo deixou claro que, com eles, o importante é dar continuidade ao projeto e não entrar na onda de demitir treinadores a cada momento difícil.

Isso está fazendo toda a diferença para o trabalho de Rogério Ceni ir crescendo e, consequentemente, para a formação de um time forte, competitivo e muito a fim de títulos.

Fiquei muito feliz porque sempre tive uma enorme admiração pelo Bahia e, apesar da dificuldade de enfrentá-lo em Salvador, ficava encantado com o estádio lotado, pelas cores das bandeiras, mas principalmente pela festa da enorme torcida do “Baêa”. Enfrentei o Bahia tanto jogando pelo Corinthians como pelo Flamengo, mas o mais marcante foi mesmo na minha volta ao Brasil, depois de sete anos na Europa, em 1993.

O Flamengo, representado pelo seu presidente da época, Luiz Augusto Veloso, foi até a cidade de Torino para especular se eu estava a fim de voltar a jogar no Brasil. Fiquei bastante empolgado, primeiro porque sempre quis jogar pelo Flamengo, e segundo porque eu, minha ex-mulher e a família, com três filhos pequenos, estávamos num momento de decisão do futuro: ou ficaríamos de vez na Europa ou voltaríamos naquele momento para a alfabetização das crianças no Brasil.

Decidimos voltar e aceitei a proposta do Flamengo, abrindo mão de metade do que ganhava no Torino. O presidente Veloso me falou assim: “Casão, nós queremos muito você no Flamengo, mas não podemos pagar o que você ganha na Itália.” Respondi: “Beleza, presidente, me paga metade e está fechado.” E nos acertamos.

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