Tenente-coronel Paulo Cézar Souza Cabral recebe Comenda 2 de Julho na Assembleia



A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) viveu uma tarde sem precedentes nesta quinta-feira (25), quando o tenente-coronel Paulo Cézar Souza Cabral recebeu a Comenda 2 de Julho em sessão especial repleta de autoridades, personalidades e representantes de movimentos sociais. A ocasião registrou a primeira entrega de uma comenda por iniciativa do deputado Laerte do Vando (Podemos) e a primeira medalha honorífica recebida pelo militar. 

Os vários pronunciamentos da tarde revelaram o perfil de um homem, antes de tudo, querido e que soube amealhar amigos e colaboradores, mesmo desempenhando a difícil missão de coordenador de Prevenção e Mediação de Conflitos do Estado. Tanto Laerte quanto a secretária estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur), Jusmari Oliveira, destacaram o talento para a amizade, assim como as lideranças sociais Tikão Cerqueira e Valdizia Freitas.

Paulo Cézar adentrou o plenário ladeado pela mãe, Edionise, a esposa, Ana Lúcia, e os filhos Gisele, Gabriela e Gustavo. Foram recebidos com calorosos aplausos. O homenageado parou no trajeto para falar com pessoas que o prestigiavam nas galerias. “A Casa chamou e o povo atendeu ao seu chamado”, diria ele dentro de alguns minutos, durante seu discurso de agradecimento.

O primeiro a ocupar a tribuna foi o proponente para o discurso de saudação.“Antes de falarmos sobre o grande ser humano, é importante falar de sua trajetória profissional, não apenas na corporação, como também fora dela”, iniciou o parlamentar, lembrando que toda a carreira foi dedicada à solução de conflitos. “Ele é um conciliador nato e entende que não se resolve problema na base da força e sim com oitiva, diálogo e compreensão”, explicou.

Ocupando a Coordenação de Mediação de Conflitos desde 2012, “Paulo Cézar tem se dedicado a ações de interação social nas grandes obras do governo”, disse o deputado, observando que ele começa a atuar nas comunidades antes mesmo da obra começar. “Do extremo norte ao extremo sul, Paulo Cézar atende a chamados para conciliação”, definiu, ressaltando que “seu conhecimento ajudou a formar a grade do curso de gerenciamento de crises das academias militares, civis e guardas municipais em todo o país”.

A secretária Jusmari Oliveira representou o governador Jerônimo Rodrigues na sessão, e externou que trazia “uma palavra de gratidão, de reconhecimento ao serviço prestado, primeiramente como um servidor da gloriosa e honrosa Polícia Militar da Bahia, e depois como o grande contribuidor para a mediação dos conflitos, seja no interior, na zona rural ou na zona urbana, um cidadão, um líder, um irmão, especialmente daqueles que mais sofrem nesses conflitos”.

CONCILIADOR

“Ele sempre está ao lado daqueles que mais sofrem e sempre busca a conciliação favorável àqueles que mais precisam e àqueles que mais sofrem”, disse a titular da Sedur, secretaria na qual o militar atua, num cargo especial para a mediação de conflitos. Ela confessou que foi Paulo Cézar que a ensinou que a palavra é ocupação e não invasão. “O senhor me ensinou a sentir que, quando alguém ocupa, é porque ele tem a necessidade maior do que às vezes qualquer doutrina ou qualquer lei. Que quem ocupa é quem mais precisa do poder público e que quem ocupa precisa de um olhar especial”, revelou Jusmari.

O coronel Paulo Muniz Júnior falou com o conhecimento de quem foi colega de turma da Academia da Polícia Militar. “Paulo, diria alguns, é um sedutor, não pode deixar ele falar que contagia todos nós com seus argumentos, com seus pontos de vista, sua visão de mundo”, disse, lembrando que ele também representou bem a academia como jogador de basquete, conquistando títulos fora do estado. Muniz atribuiu ao colega a posição de vanguarda da Bahia para o gerenciamento de conflitos, além de apontar que sua destreza foi essencial parar evitar tragédias.

Tikão e Valdizia falaram do ponto de vista de quem estiveram em conflitos que foram resolvidos por Paulo Cézar. “Quero agradecer a todos os movimentos de luta que estão aqui presentes e que, não só têm no tenente-coronel como servidor público, mas que o têm como amigo pessoal, porque é assim que eu o considero”, disse Tikão. Valdízia quis “registrar esse momento inédito”, afirmando que “este homem tem um trabalho maravilhoso, ele convence a gente”. Ambos se anteciparam à entrega da medalha e lhe ofereceram placas de agradecimento.

Ao ocupar a tribuna para se pronunciar, logo após receber a comenda das mãos da esposa, o homenageado ainda estava profundamente emocionado e confessou que Laerte do Vando realizou um de três sonhos. Os outros são a criação do Comitê de Soluções e Conflitos e alcançar o último posto da carreira militar. 

Em meio a diversas referências à mãe e à avó, fez questão de se revelar muito devoto: “O lugar mais seguro são os braços de Deus”, disse, revelando-se “um homem feliz. Feliz por ser um policial militar. Feliz em ter dois propósitos: salvar vidas e cumprir a lei”. Ao longo de seus 40 anos de trajetória, incorporou outras duas palavras, que são respeito e esperança. “Nunca perdi um refém e, graças a Deus, nenhum algoz, que teve a oportunidade de responder na justiça”, afirmou.

Paulo Cézar contou sua história desde a infância, quando conquistou uma vaga no Colégio da Polícia Militar e, posteriormente, ingressou na Academia de Polícia. Ele fez uma menção especial ao coronel Paraíso, então comandante da PM, “o primeiro a acreditar em minhas ideias”. Foi assim que ele protagonizou o caso único até hoje de uma autorização para cursar fora da Bahia, ainda sem concluir a academia. “Foi o primeiro a provar as minhas ideias. E ele estava certo. Vocês estão dizendo isso hoje”, avaliou.

Ao longo do discurso, o novo comendador citou os três últimos governadores. Jaques Wagner o nomeou para a função de coordenador de mediação, Rui Costa ampliou o escopo ao incorporar a meta de prevenção dos conflitos e Jerônimo, que acresceu a responsabilidade da interação social nos grandes projetos.

A mesa de honra teve as presenças ainda do promotor de justiça do Ministério Público da Bahia, Gilberto Costa de Amorim júnior; o comandante de segurança contra incêndios, coronel Jadilson Mercês; o coronel PM Plácido, representante do chefe da Casa Militar do Governo; o coordenador de articulação social, Marivaldo Dias; a defensora pública Suellen Bury; e o vice-presidente do Sinduscom, Ângelo Simões.



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