Hilton aplaude demarcação da Terra Indígena Comexatibá



O deputado Hilton Coelho (Psol) apresentou, na Assembleia Legislativa da Bahia, moção de aplausos ao povo Pataxó pela histórica demarcação da Terra Indígena Comexatibá (Cahy-Pequi), localizada no município de Prado. O território, com 28.077 hectares e habitado por 732 indígenas, representa uma conquista decisiva na afirmação dos direitos originários e no enfrentamento às violências que historicamente atingem a comunidade.

Na moção, ele ressalta que a demarcação consolida anos de resistência do povo Pataxó e fortalece a luta contra invasões, pressões fundiárias e empreendimentos predatórios que avançam sobre terras indígenas e áreas de Mata Atlântica. Para o deputado Hilton Coelho, “o reconhecimento oficial do território é passo fundamental para garantir a autonomia, a sobrevivência cultural e a proteção ambiental que os Pataxó vêm defendendo há décadas”.

O documento também denuncia as práticas atribuídas à empresa Stora Enso e à sua subsidiária Veracel Celulose, que, segundo diversas denúncias de comunidades e entidades socioambientais, estariam envolvidas em grilagem de terras, destruição de ecossistemas, contaminação de solos e cursos d’água, falsificação de títulos, ameaças e agressões contra lideranças indígenas e pequenos agricultores. Essas ações teriam contribuído para o avanço de extensas monoculturas de eucalipto em áreas tradicionalmente ocupadas pelo povo Pataxó, provocando graves impactos ambientais e sociais.

A gravidade da situação levou o Ministério Público Federal a solicitar a suspensão das atividades da Veracel no sul da Bahia, diante de fortes indícios de danos ambientais e violações de direitos humanos.

Hilton Coelho classificou como “extremamente preocupante e moralmente inaceitável” que a Stora Enso participe da COP30, afirmando que a empresa utiliza estratégias de greenwashing para se promover como sustentável enquanto é acusada de devastar florestas nativas e violar direitos indígenas. “É um contrassenso que empresas sob investigação por crimes ambientais e fundiários tentem se legitimar em eventos globais dedicados ao clima”, destacou.

No documento, o parlamentar também reconhece o papel de movimentos internacionais, como o Extinction Rebellion e o Skogsupproret, que vêm denunciando as ações da empresa em outros países e apoiando a luta indígena brasileira.

Por fim, o deputado reforça que a conquista do povo Pataxó deve servir como impulso para a homologação imediata de todas as terras indígenas pendentes no Brasil. “A demarcação da Comexatibá reafirma a força de um povo que resiste há séculos. Cabe ao Estado brasileiro assegurar a proteção definitiva do território e interromper o ciclo de violência e expropriação”, afirmou.



Fonte