Escavação para investigar cemitério de escravizados do século 18 em Salvador é autorizada


Pesquisadores receberam autorização para iniciar escavações em um estacionamento da Pupileira, em Salvador, onde indícios apontam para a existência de um antigo cemitério de escravizados do século 18.

A liberação foi confirmada nesta quarta-feira (26) após um acordo entre os responsáveis pelo estudo, a Santa Casa de Misericórdia da Bahia, proprietária do terreno, e o Ministério Público da Bahia (MP-BA).

A arqueóloga Silvana Olivieri, que lidera a investigação, agora precisa submeter um projeto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), já que a área é tombada.

Foto: Silvana Olivieri

Foto: Silvana Olivieri

O processo deve levar pouco mais de um mês, e a expectativa é que as escavações comecem em maio. Se confirmada a presença do cemitério, o local pode se tornar um museu a céu aberto.

A possível localização foi descoberta durante uma pesquisa de doutorado na Universidade Federal da Bahia (Ufba), quando mapas do século 18 foram comparados com imagens de satélite atuais.

Documentos históricos indicam que o cemitério abrigava os corpos de escravizados, indígenas, ciganos e pessoas sem recursos para um enterro formal. Entre os sepultados, estariam figuras importantes da Revolta dos Búzios, da Revolução Pernambucana e da Revolta dos Malês.

O espaço, onde atualmente abriga o estacionamento da Pupileira, no bairro de Nazaré, funcionou por aproximadamente 150 anos, até ser desativado em 1844, quando a Santa Casa inaugurou o Cemitério Campo Santo.

Foto: Silvana Olivieri

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