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O Carnaval de São Paulo terminou neste domingo (9), com a cantora baiana Daniela Mercury arrastando mais de 1,5 milhão de pessoas em seu tradicional bloco Pipoca da Rainha.
O evento tomou conta da Rua da Consolação, no centro da capital paulista, consolidando-se como um dos maiores momentos da folia deste ano.
Embora o número seja relevante, o registro ocorreu após inúmeras ocorrências relacionadas à artista, iniciando com broncas aos instrumentistas que estavam no trio elétrico em Salvador e estendendo ao também cantor baiano Tony Salles, marido da dançarina Scheila Carvalho (ex-É o Tchan), quando criticou ele a demora da artista para avançar nos camarotes no fim de um dos principais percursos de Salvador, no trajeto Barra-Ondina.
Num dos momentos mais tensos, Daniela reclamou que o também cantor de Axé teria se aproximado demais do trio comandado por ela, o que teria causado uma confusão sonora para os foliões.
A situação gerou reação imediata de Daniela, que, durante seu show, afirmou: “Não sou moleca” e mencionou que, caso precisasse passar, Ivete Sangalo e Saulo Fernandes ajudariam a abrir o “Mar Vermelho” para que Tony conseguisse cumprir sua agenda no Carnaval de Salvador.
O cantor Tony Salles, que liderou o Bloco das Muquiranas na terça-feira de Carnaval (4), pediu desculpas publicamente à cantora após o desentendimento e as repercussões.
“Eu gostaria de dizer, Daniela Mercury, meu amor, eu tenho um carinho muito grande por você, que eu já expressei isso diversas vezes na minha rede social, mas eu vou falar aqui hoje, ao vivo, ao vivo aqui pra todos verem o que eu estou dizendo. Me perdoe pelo que aconteceu ontem, porque não foi intencionalmente. Estávamos atrasados, com toda a correria do Carnaval, tínhamos outros shows pra fazer. Infelizmente aconteceu aquele fato ali. Dani, eu te amo, Dani. Nunca que na minha vida eu ia criar um problema com você, uma referência da nossa música baiana, uma referência do Axé, em pleno ano de comemoração dos 40 anos do Axé”, declarou.
Em São Paulo, contudo, Daniela foi recebida com entusiasmo pelo público e aproveitou para reforçar temas de relevância social. A cantora destacou a importância da preservação ambiental e do respeito aos povos indígenas. Além disso, fez uma homenagem especial às mulheres, em alusão ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no último sábado (8).
Antes da apresentação, em entrevista coletiva, a artista falou sobre sua história no Axé e a celebração dos 40 anos do gênero musical, do qual é uma das maiores expoentes. “Este ano é um momento de revisitar grandes sucessos e prestar tributo a colegas que construíram essa história ao meu lado”, afirmou.
Daniela relembrou os desafios enfrentados pelo Axé desde sua origem, destacando a coragem necessária para consolidá-lo como um estilo musical de peso na MPB. “Quando comecei, alguns diziam que eu faria MPB no futuro, mas eu já sabia que estava construindo um movimento que fazia parte da nossa música popular”, disse a artista.
A cantora também ressaltou sua relação com São Paulo, cidade que teve papel fundamental em sua carreira. “Não posso contar a história dos 40 anos do Axé sem lembrar do Masp, do Vale do Anhangabaú e de tantos momentos que marcaram minha trajetória aqui”, declarou.
Daniela Mercury aproveitou a oportunidade para celebrar importantes figuras da cultura brasileira, mencionando nomes como Fernanda Montenegro, Fernanda Torres, Kaká Diegues e Zé Celso. Em especial, homenageou Zé Celso com a canção “Bye Bye”, última música composta pelo dramaturgo antes de sua partida.
Com um figurino vibrante assinado por Lino Villaventura, a artista se apresentou vestida de borboleta, simbolizando renovação e liberdade. “A minha música fala sobre rimar uma orquestra com cem mil borboletas, e é assim que vejo a conexão da música com o público”, explicou.
Durante o trajeto do bloco, um folião invadiu o trio elétrico da cantora. O homem conseguiu furar a segurança e subir na estrutura, tentando pegar o microfone. No entanto, foi rapidamente contido e retirado por agentes de segurança, em uma ação que gerou discussão entre os presentes devido à sua truculência.
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