Categoria: Bahia

Mais de 200 estudantes da rede estadual de ensino participam do maior evento de popularização científica do Brasil: a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). Salvador sediará, nesta quarta-feira (22), uma das principais agendas do evento, com participação do governador Jerônimo Rodrigues e da secretária estadual da Educação, Rowenna Brito, entre outras autoridades, no Auditório Zezéu Ribeiro, na antiga sede da FLEM, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. Na ocasião, o governador vai autorizar o início das obras de recuperação do Museu de Ciência e Tecnologia da Bahia e lançar a 4ª edição da Revista Bahia Faz Ciência e o Edital do Prêmio Bahia Faz Ciência de Jornalismo.

Neste ano, a SNCT tem como tema “Planeta água: cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”, propondo uma reflexão sobre a preservação dos ecossistemas e o papel da ciência na construção de soluções sustentáveis. É nesse clima que os alunos da rede estadual irão expor, no sábado, no Farol da Barra, seus projetos escolares voltados à cultura oceânica e comprometidos com o desenvolvimento sustentável, a educação científica e a construção de um futuro mais consciente e equitativo. Além das exposições científicas, a programação inclui oficinas práticas; demonstrações experimentais; ações educativas e culturais; rodas de conversa; e visitação a exposições.

Na Bahia, a SNCT é coordenada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado (SECTI), que atua de forma articulada com instituições de ensino, pesquisa e extensão, órgãos governamentais e parceiros estratégicos. A temática desta edição é considerada relevante para o território baiano, que possui o maior litoral do país, com 1.183 quilômetros de costa, o que reforça a responsabilidade ambiental e o potencial estratégico na luta contra os efeitos das mudanças climáticas.

A abordagem da cultura oceânica ultrapassa o ambiente marinho, abrangendo também preservação de rios, combate à desertificação e uso sustentável dos recursos naturais. Ao integrar essas discussões à realidade dos 27 Territórios de Identidade da Bahia, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia valoriza os saberes locais e fortalece o protagonismo das comunidades no enfrentamento dos desafios ambientais. Instituída em 2004 pelo presidente Lula, a SNCT mobiliza universidades, institutos, escolas e comunidades em todo Estado, promovendo aproximação da ciência com a sociedade.

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia deste ano marca, ainda, importantes avanços institucionais. Em maio, o governador Jerônimo Rodrigues sancionou a Lei Pop Ciência Bahia (nº 14.901/2025), primeira legislação estadual do país voltada exclusivamente à popularização científica. Resultado da atuação conjunta das secretarias estaduais de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e da Educação (SEC), a lei estabelece diretrizes para democratizar, interiorizar e tornar mais inclusiva a produção científica baiana. De acordo com representantes desses órgãos, interiorizar a ciência, a tecnologia e a inovação é uma obrigação estratégica e social de levar oportunidades, conhecimento e desenvolvimento para onde o povo vive, garantindo que cada comunidade seja beneficiada.

Distribuída em diversos municípios, como Salvador, Camaçari, Itaparica, Juazeiro e Lençóis, a programação da SNCT tem caráter descentralizado, contemplando ações em diferentes territórios de identidade, ao mesmo tempo em que promove atividades de grande visibilidade em Salvador, fortalecendo a interiorização e a popularização da ciência no Estado.
 

Em Tucano, no coração do Território do Sisal, o mel das abelhas também é sinônimo de renda, união e desenvolvimento. Na Unidade de Beneficiamento de Mel da Cooperativa dos Apicultores de Tucano (COOAPIT), o trabalho das famílias apicultoras ganha força e estrutura com o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
A unidade, instalada com investimentos dos projetos Bahia que Produz e Alimenta e Pró-Semiárido, coordenados pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR/SDR), é hoje um centro moderno e completo que cuida de todas as etapas, da extração à embalagem final, garantindo qualidade e valor agregado ao produto. Com capacidade para processar mais de 150 toneladas por ano, o espaço impulsiona a cadeia do mel em toda a região.
Para o gestor da COOAPIT, Francielio Macedo, o segredo do sucesso está na união e na boa parceria entre os apicultores e o poder público. “Temos a nossa Federação de Apicultores e participamos da Confederação Brasileira de Apicultura, o que tem nos fortalecido cada vez mais. Graças a essa organização e às parcerias, conseguimos comercializar o mel de forma mais eficiente, inclusive com fornecimento para programas importantes como o Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)”, explicou.
Francielio ainda acrescenta que a assistência técnica e os investimentos têm sido fundamentais para o crescimento da cooperativa. “Isso contribui para que a COOAPIT cresça e os apicultores conduzam o trabalho com mais segurança e tranquilidade, acessando capacitações e treinamentos que melhoram a produção”, afirma.
Além de gerar empregos e renda, a unidade representa o fortalecimento da apicultura como atividade sustentável no semiárido. Cada pote de mel carrega o resultado do esforço coletivo de 170 famílias agricultoras, que encontraram na atividade uma forma de preservar o meio ambiente e garantir o sustento.
Com iniciativas como essa, a SDR reafirma seu compromisso com a agricultura familiar, apoiando empreendimentos que unem tecnologia, cooperativismo e sustentabilidade para transformar o rural baiano em um território de oportunidades e prosperidade.