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Em moção de congratulações apresentada na Assembleia Legislativa, o deputado Pedro Tavares (UB) destacou a trajetória histórica do município de Canudos, que no último dia 25 de fevereiro completou 40 anos de emancipação política e administrativa.

“Canudos tem uma história que remonta aos séculos XVII e XVIII, quando a região era ocupada por currais da Casa da Torre e missões jesuítas voltadas à catequização dos povos originários”, contou Tavares, no documento. O município, lembrou ele, teve seu território marcado pela formação de uma aldeia às margens do Rio Vaza-Barris e, posteriormente, pela ocupação liderada por Antônio Conselheiro em 1893. “A localidade, então chamada Belo Monte, tornou-se um centro de resistência e fé, atraindo sertanejos, ex-escravizados e indígenas”.

O parlamentar observou ainda que o local foi palco da Guerra de Canudos, que culminou na destruição de Belo Monte em 1897. O episódio marcou profundamente a história do Brasil e inspirou a obra ‘Os Sertões’, de Euclides da Cunha. Os sobreviventes, por volta de 1910, fundaram uma nova comunidade, dando origem à segunda Canudos. “Décadas depois, a construção do Açude de Cocorobó levou à formação do vilarejo de Cocorobó, que conquistou a emancipação política em 1985 e passou a se chamar Canudos”, explicou Pedro Tavares.

Na moção, o legislador moção ressalta que a cidade simboliza “uma história de luta, resistência e fé”, conforme destacou o deputado O documento também reconhece a importância histórica e cultural do município para a Bahia e o Brasil. “Perpetuar o nome e a memória dessa comunidade que se reinventou ao longo do tempo é um compromisso com a história do nosso Estado”, concluiu ele.

As servidoras da Assembleia Legislativa comemoraram o Dia Internacional da Mulher, nesta quarta-feira (12), com um lauto e animado café da manhã oferecido pela presidenta da Casa, deputada Ivana Bastos, primeira mulher a alçar o posto maior na hierarquia da ALBA, nos 190 anos da instituição.

Além da chefe do Legislativo, o evento contou com a presença das deputadas Olívia Santana (PCdoB), Fátima Nunes (PT), Maria del Carmen (PT), Fabíola Mansur (PSB), Soane Galvão (PSB), Ludmilla Fiscina (PV) e Kátia Oliveira (UB). Também prestigiaram a homenagem às mulheres, os deputados Marcelino Galo (PT), Luciano Araújo (SD), Raimundinho da JR (PL), José de Arimateia (Republicanos) e Rosemberg Pinto (PT).

Ivana falou da alegria em comemorar com as servidoras e compartilhar com elas seu novo momento como presidenta da Casa e contar com o apoio de todas. “Eu divido esse mandato com vocês, que são as responsáveis por estarmos aqui, são vocês que estão no dia a dia conosco, e podem ter certeza que têm uma amiga, uma companheira, lá na Presidência. Vamos construir juntas, todas nós”, afirmou.

A presidenta também agradeceu o apoio de cada uma das companheiras parlamentares e dos deputados presentes, e anunciou Fátima Nunes, como primeira mulher a ocupar a vice-presidência da Assembleia Legislativa da Bahia. “Que Deus nos dê saúde, para continuarmos firmes, defendemos a Assembleia e, com certeza, fazendo história. Estamos abrindo o caminho, deputados. E agora esse caminho é sem volta”, arrematou.

INICIATIVA

Entre as deputadas que se manifestaram, a comandante da Procuradoria da Mulher da ALBA, deputada Fabíola Mansur, ressaltou a representatividade de Ivana Bastos e elogiou a sua iniciativa ao realizar o primeiro café da manhã para comemorar o Dia da Mulher com as servidoras da Casa. “Não existe Assembleia Legislativa, não existe Escola do Legislativo, não existe mandato de deputado, não existem as comissões, não existe o Jurídico, não existe a Procuradoria, não existe absolutamente nada sem as servidoras e assessores”, colocou.

As legisladoras foram unânimes na manifestação de felicidade com o evento e com o novo momento vivido na Casal Legislativa. “Eu vivi para ver a democracia de igualdade começar a valer aqui, nesses dois anos que eu estou nessa Casa. Consegui ver dois atos de democracia: a primeira mulher eleita para o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), depois de 51 anos, que foi Aline Peixoto, e a outra, você, agora presidenta da Assembleia”, pontuou Soane Galvão, que foi presidenta da Comissão dos Direitos da Mulher.

Fátima Nunes reforçou a necessidade de que homens e mulheres sejam conscientes das suas diferenças biológicas, mas também da igualdade de ambos os gêneros no que diz respeito aos direitos. “A gente fica feliz aqui, porque há a compreensão dos homens da Casa, a gente está na alegria da conquista desse mandato da primeira mulher como presidenta, e todas as servidoras estamos juntas para comemorar e para dizer que a Bahia, daqui para a frente, vai se transformar ainda mais, com essa motivação, essa força, para mais mulheres no poder”, pontuou.

APOIO

Apontado pelas deputadas como um grande apoiador das pautas em favor das mulheres, o deputado Marcelino Galo salientou a importância do enfrentamento à desigualdade de gênero. “Nós lutamos por um projeto de liberdade e a democracia passa pela igualdade de gênero. Então, se os homens não estiverem convencidos que tem que estar ao lado da luta das mulheres, nunca teremos liberdade”, disse.

SIMBOLISMO E REPRESENTATIVIDADE

Entre as mais de 500 servidoras que desfrutavam da festa, a coordenadora do programa A Escola e o Legislativo, Cynthia Rabelo, destacou as duas comemorações em um só evento: o Dia Internacional da Mulher e a nova presidenta. “Isso é muito simbólico, muito significativo para nós mulheres, que a cada dia mais estamos sendo reconhecidas no nosso espaço, que lutamos e que trabalhamos para isso. Eu acho que muitas mudanças vão acontecer aqui na Assembleia Legislativa da Bahia. Estou muito feliz”, comemorou.

Para a psicóloga Silvia Braga, a homenagem às servidoras, por iniciativa da presidenta da Casa, foi muito significativa. “Para a gente, é um marco ter uma mulher como presidenta na ALBA, e nós mulheres precisamos dessa referência. E isso por merecimento, porque ela foi a deputada mais votada e já veio trazendo novidades. Estamos nos sentindo muito acolhidas”, comentou.

A concessão do Título de Cidadão Baiano ao empresário Carlos Henrique Passos, presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), em razão do seu trabalho pelo desenvolvimento econômico do setor industriário baiano, foi proposta pelo deputado Eduardo Salles (PP) em projeto de resolução apresentado na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA).

O parlamentar descreve, no documento, a trajetória do homenageado, nascido em Conceição do Canindé, no Piauí, e que deixou sua cidade natal em 1973 para estudar em Petrolina, em Pernambuco. Cursou Engenharia na Escola Politécnica de Pernambuco, no Recife, e chegou à Bahia em 1985.

De acordo com o legislador, a vida profissional de Carlos Henrique Passos começou em 1975, aos 14 anos, como contínuo nas Indústrias Coelho, em Petrolina. Cresceu rapidamente na empresa, passando a desempenhar atividades administrativas.

Em 1982, prestou concurso para a Caixa Econômica Federal, ocupando as funções de gerente de Divisão de Área de Habilitação até assumir, entre 1995 e 2004, a Gerência Regional da Superintendência de Negócios de Salvador. Desligou-se da Caixa Econômica Federal em 2004, após ser convidado pelos sócios da Gráfico Empreendimentos LTDA a integrar o time da empresa, assumindo a área de incorporação imobiliária. Atualmente, é sócio-diretor.

Conforme explica o deputado, Carlos Henrique Passos possui especializações em Finanças Empresariais, pela Fundação Getúlio Vargas, Administração de Negócios, pela Universidade Católica de Salvador, em Consultoria em Negócios, pela Universidade de Brasília, e em Marketing, pela ESPM. Além de engenheiro, é empresário da indústria da construção.

Em novembro de 2023, Passos assumiu a presidência da Fieb (Federação das Indústrias do Estado da Bahia). Foi escolhido para o cargo pelo Conselho de Representantes da entidade. Seu histórico de atuação na Fieb inclui a vice-presidência da entidade, o Comitê da Cadeia da Indústria da Construção, o Comitê de Obras, o Conselho Regional e o Conselho de Contas do Sesi Bahia.

Também em 2023, foi eleito 1º vice-presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Bahia. E em 2024, passou a integrar o Conselho Superior do Instituto Euvaldo Lodi.

Carlos Henrique Passos “pautou sua vida profissional por procurar soluções e melhorar o ambiente de negócios do setor produtivo baiano. Como presidente da Fieb, tem trabalhado para a entidade ser uma indutora do desenvolvimento econômico do Estado, apoiado a promoção de ações de fortalecimento das cadeias produtivas, dado continuidade ao processo de interiorização e apoiado as micro e pequenas empresas”, afirmou o deputado Eduardo Salles.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, dispensou a tribuna do plenário e fez o discurso de agradecimento da mesa de honra. “Estou falando sentado para não correr o risco de tropeçar na emoção”, disse, ao justificar a quebra de protocolo. Ele considerou uma “felicidade acrescida” o fato de receber o título de cidadão na mesma ocasião do “queridíssimo amigo, meu estimado, meu muito admirado” Dias Toffoli.

“É com muito orgulho que recebo o Título de Cidadão Baiano”, confessou, agradecendo aos “eminentes membros desta Assembleia Legislativa, especialmente o caríssimo deputado Alex da Piatã (PSD)”, proponente da concessão do título aprovado por unanimidade. Gonet falou do “significado especial que esta cerimônia tem para mim”. Ele questionou ainda quem não se orgulharia de ser “contado junto com os grandes brasileiros de sangue baiano, formados no cadinho das mais variadas e ricas expressões culturais”.

Gonet evitou “desfiar os nomes dos tantos que dão o luminoso brilho aos filhos dessas terras”, até para não ser enfadonho. Mas pediu a condescendência dos presentes para citar, pela fé, Santa Dulce dos Pobres; no Direito, Rui Barbosa, Orlando Gomes, Aliomar Baleeiro e Edvaldo Brito. Ele também lembrou dos “colegas e amigos Maria Caetana Cintra Santos e o meu procurador-geral, o meu amigo, o meu querido irmão Augusto Aras”.

Artistas e literatos baianos foram elencados como a demonstração “de que a brasilidade encontra nesse estado a mais afortunada expressão na multiplicidade da sua essência e mais bela síntese”. O procurador gracejou, no momento em que falava próceres da música, ao dizer que se tornavam os novos baianos (Toffoli e ele), no mesmo dia. “A nossa presidenta falou que esta é a primeira vez que são entregues dois títulos na mesma solenidade”.

Uma razão especial instigou especial regozijo ao jurista: a da ancestralidade. Ele contou que foi na Bahia que o primeiro Gonet aportou, vindo da França. Tratou-se de Jean Julian, “o bisavô do meu avô”. Eram os idos de 1823 quando o oficial do exército francês se licenciou e veio para se associar às lutas pela independência. “Vejam como esta é uma paragem que atrai de todo ponto os amigos da liberdade e os que se doam ao idealismo”, disse.

Após a expulsão dos combatentes portugueses, no 2 de julho, Julian se fixou na Bahia como professor de francês, matemática e cartografia, tendo sido contratado para cartografar o estado de Sergipe. Também foi o autor a primeira peça teatral abolicionista, que foi censurada. “Certamente esse velho Gonet vai ficar desafrontado com esse seu descendente”, avaliou, considerando que “de certo que, se pudesse prevê-lo estaria gratificado em seu coração francobaiano”.

TRAJETÓRIA

Alex da Piatã disse, ao fazer a saudação a Gonet, que seria impossível citar todo o currículo profissional do homenageado porque seriam necessárias centenas de páginas para enumerar toda a literatura e toda a sua contribuição ao direito e ao Brasil. No entanto, além de toda a trajetória, a Bahia lhe é grata “pela sua defesa, no momento em que o Brasil mais precisou e precisa em relação ao nosso Estado Democrático de Direito”.

Por conta disso, ele afirmou que “esta Casa se sente também contemplada com essa honraria. O parlamentar lembrou que a Assembleia concede o título com base nos serviços prestados ao Estado, citando o senador Jaques Wagner, que também é carioca e também foi condecorado com a cidadania baiana. Não posso esconder minha imensa alegria, como católico, homenagear outro católico na cidade do Salvador, sob as bênçãos da nossa santa baiana, Dulce dos Pobres.

O parlamentar fez questão de parabenizar a deputada Ivana Bastos, que se tornou a primeira mulher a assumir a Presidência da Assembleia, justamente no mês de março, dedicado à mulher. “A senhora já entrou, para sempre e indelevelmente, nos anais da história da Bahia”, destacou, ressaltando que “demorou quase dois séculos para que uma mulher pudesse chefiar o Legislativo baiano, mas Deus, que mexe os dados do nosso destino, quis que fosse uma mulher do seu calibre e da sua envergadura moral e política, além de toda a delicadeza e doçura que é a sua pessoa”.