
O deputado Hilton Coelho (Psol) apresentou, na Assembleia Legislativa, uma moção de pesar pela morte da jovem Rhianna Alves, de 18 anos. O assassinato aconteceu no último sábado (6), em Luís Eduardo Magalhães, município do Oeste da Bahia.
Segundo explicou o parlamentar, a jovem foi morta por um motorista de aplicativo. Após o assassinato, o agressor conduziu o corpo da vítima até a delegacia local, onde confessou o homicídio e alegou que teria cometido o crime por legítima defesa. Em sequência, ele foi liberado sem prisão em flagrante.
“A naturalidade com que essa liberação ocorreu escancara desigualdades estruturais que atravessam a vida e a morte das pessoas trans no Brasil”, destacou o parlamentar.
No documento, Hilton ainda enfatizou a forma como a liberação do agressor foi conduzida. “A pergunta que não se cala é: se uma travesti ou uma mulher trans tivesse matado um homem cisgênero heterossexual, alegando legítima defesa, teria sido liberada da mesma forma, com a mesma rapidez e complacência? Ou, ainda: aceitaria o Estado a narrativa com igual tranquilidade?”, questionou o deputado.
“O assassinato de Rhianna Alves evidencia uma dolorosa verdade: o corpo trans é duplamente violentado, quando morre, sua humanidade é questionada; quando vive e tenta se defender, sua palavra vale menos. Essa diferença de tratamento revela que não estamos diante de um caso isolado, mas de um padrão estrutural de desproteção, seletividade penal e transfobia institucional. Trata-se de uma máquina social que insiste em decidir quais vidas merecem ser preservadas e quais podem morrer”, reiterou o deputado.
Por fim, o parlamentar manifestou solidariedade à família, amigos e a toda comunidade LGBTQIA+ pela morte de Rhianna Alves. “Reafirmamos nosso compromisso com a denúncia da violência transfóbica e com a luta por justiça, igualdade e dignidade para todas as pessoas trans e travestis. Que Rhianna Alves não seja esquecida. Que sua memória fortaleça a luta por um país onde vidas trans sejam plenamente reconhecidas, respeitadas e protegidas”, concluiu Hilton Coelho.







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