O deputado Hilton Coelho (Psol) apresentou, na Assembleia Legislativa, uma moção de aplausos do deputado Hilton Coelho (Psol), em reconhecimento “à histórica conquista” de Gabriella Borges, mulher travesti, negra, periférica e assessora parlamentar de seu mandato, que acaba de se formar em Licenciatura em Química pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba).
“Gabriella Borges rompe estatísticas e paradigmas ao se tornar, possivelmente, a primeira travesti professora de Química do Brasil e a primeira formada entre os 24 campi do Ifba”, afirmou Hilton, na moção. “Sua trajetória, construída na intersecção das lutas contra o racismo, a transfobia e as desigualdades sociais, representa um poderoso ato de resistência coletiva, de afirmação de identidade e da força da educação pública, gratuita e de qualidade”.
De acordo com o deputado, a formatura de Gabriella é mais do que uma conquista individual. “É uma vitória contra um sistema que nega o direito à existência plena de pessoas travestis, trans, negras e periféricas. Celebrar sua trajetória é reconhecer o poder da luta coletiva e da transformação social que ela representa”.
Hilton lembra ainda que, em um país onde a expectativa média de vida de pessoas travestis e transexuais é de apenas 35 anos, segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Gabriella Borges desafia uma realidade marcada por violações e exclusões.
De acordo com a 5ª Pesquisa de Perfil Socioeconômico dos(as) Graduandos(as) das Ifes, apenas 0,2% dos estudantes universitários são trans ou travestis, o que evidencia a urgência de políticas de acesso, permanência e sucesso para essa população.
“A moção de aplausos apresentada na ALBA reconhece oficialmente não só a conquista acadêmica de Gabriella, mas também sua potência como símbolo de transformação. Para o mandato do Psol, essa homenagem é uma forma de tornar visível o que o sistema tenta apagar: a existência, a luta e o brilho das pessoas trans e negras na ciência, na política e na vida. Gabriella representa o que querem negar — o direito de sonhar, de ocupar, de ensinar e transformar”, concluiu Hilton.
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