Chineses devem perder dinheiro caso a Ponte Salvador-Itaparica atrase; concessão não deve ser ampliada


O consórcio chinês responsável pela construção do Sistema Viário da Ponte Salvador-Itaparica tem um motivo especial para cumprir o cronograma de obras: dinheiro. O bahia.ba apurou que, caso as empresas não cumpram o prazo de levantar o equipamento na Baía de Todos-os-Santos em cinco anos, o tempo de exploração dos pedágios deve ser reduzido.

Isso ocorre porque o prazo da concessão, fixado em 35 anos, é rígido. Atualmente, a previsão é que esse tempo seja dividido em três: um ano para elaboração de projetos básico e executivo, além de obtenção de licenciamentos; cinco anos para as obras envolvendo todo o Sistema Viário; e 29 anos de operação, com exploração de dois pedágios na ilha de Itaparica.

A rigidez nos 35 anos significa, portanto, que, caso as obras durem mais de cinco anos, a administração dos chineses sobre os pedágios terá, consequentemente, um tempo menor. Exemplo: se as obras durarem 10 anos, a operação do sistema viário reduziria para 24 anos, significando, então, um lucro menor para o consórcio.

Esse contexto foi confirmado nesta última terça-feira (23) pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), após pergunta do bahia.ba. Segundo o petista, devido a essa situação, a expectativa é que os chineses acelerem as obras.

“Nós já fizemos um acordo dentro de um plano bastante enxuto. Nós assinamos em junho, com um ano para começarem as obras. Então, pelo contrário: a minha expectativa é que o consórcio chinês antecipe as obras, porque, quanto mais tempo a ponte demorar, eles perdem fonte de renda”, afirmou Jerônimo.

“Assim que a ponte for inaugurada, eles [chineses] passam a receber dinheiro dos pedágios. Então é de interesse do consórcio adiantar a ponte. É a minha expectativa. Não está no meu radar nenhum projeto de atraso da obra da ponte”, concluiu o governador. Bahia.Ba

Fonte