Caravana da Biosfera realiza encontro em Morro do Chapéu e reforça diálogo regional sobre conservação


Caravana da Biosfera realiza encontro em Morro do Chapéu e reforça diálogo regional sobre conservação
Caravana da Biosfera realiza encontro em Morro do Chapéu e reforça diálogo regional sobre conservação

Foto: Matheus Lemos/Sema

A Caravana da Reserva da Biosfera da Chapada Diamantina (RBCD) realizou, na manhã desta sexta-feira (22), a penúltima etapa de seu roteiro, em Morro do Chapéu. O encontro aconteceu no Centro Cultural Professora Judith Alergo e reuniu representantes do poder público, organizações da sociedade civil, instituições ambientais e a comunidade local.

O auditório esteve lotado para acompanhar a abertura conduzida pela técnica da Secretaria de Meio Ambiente da Bahia (Sema), Juliana Rocha. A apresentação da proposta da RBCD ficou a cargo do superintendente de Políticas e Planejamento Ambiental da Sema, Luiz Araújo, que explicou os objetivos da iniciativa e os benefícios previstos com o reconhecimento da Chapada Diamantina como Reserva da Biosfera pela Unesco.

Para Melissa Branco, coordenadora da câmara técnica de educação para sustentabilidade da Rede Brasileira de Reservas da Biosfera, a diversidade de representações fortalece a construção da proposta. “Hoje estamos aqui em Morro do Chapéu e foi muito significativo ver que, conforme a caravana avança, há uma presença mais ampla de representações. Hoje tivemos povos quilombolas, os parentes Payayas e muitas outras presenças que refletem a diversidade e a pluralidade dos povos e culturas desse território. Isso garante uma participação ainda não plena, mas efetiva, dessas vozes nesse momento de sensibilização e de consulta livre e informada. Estamos avançando com a proposta do reconhecimento da Reserva da Biosfera da Chapada Diamantina, conforme orientações internacionais e diretrizes da Unesco, garantindo que esses povos e comunidades participem desde a etapa de construção e possam integrar as instâncias de governança no futuro”, afirmou.

Após a apresentação e as falas iniciais, foi aberto o espaço de diálogo com os participantes, que compartilharam experiências e contribuíram com sugestões. A representante do povo Payaya, Sheila Payaya, destacou a relevância do processo para os povos originários da região. “Sou da etnia Payaya, aqui da Chapada Diamantina, juntamente com os parentes Tapuia, que não puderam estar presentes, e me senti muito gratificada em ver um movimento como esse, de escuta dos povos e comunidades originárias. Tivemos um momento de fala para reforçar a importância de termos hoje, à frente do governo do estado, um indígena, o nosso governador Jerônimo Rodrigues, que conheceu o projeto na Unesco, trouxe para a Bahia e contemplou a Chapada Diamantina, uma região que historicamente viveu da exploração de minérios. Hoje temos a oportunidade de nos reeducarmos ambientalmente. Esse debate e essa escuta precisam continuar. Como parlamentar no meu município e professora, coloco-me à disposição para ampliar esse diálogo e levá-lo às escolas, para que as próximas gerações se sintam parte desse processo de criação da Reserva da Biosfera da Chapada Diamantina.”

Representantes de diversas instituições participaram da abertura, entre eles o secretário municipal de Meio Ambiente, Fredson da Rocha Pereira Valois Coutinho; o diretor de Patrimônio de Cultura, Laênio Alves da Silva, representando a Secretaria de Cultura; a representante do Consórcio Irecê, Marcela Leite; Fábio Lima, secretário executivo do Subcomitê da RBCD; integrantes do Corpo de Bombeiros Civil; alunos da Escola Municipal Modelo Militar Coronel Dias Coelho; além de representantes do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), como o gestor do Parque Estadual Morro do Chapéu, Mateus Almeida, e a técnica Bárbara Valois.

Entre os participantes também esteve Paulo Tertuliano, gestor ambiental do município de João Dourado e membro da Área de Proteção Ambiental (APA) da Gruta dos Brejões e do Comitê de Bacias. “É um evento muito importante, o lançamento da biosfera, para a conservação do nosso bioma, da nossa mata grande e da nossa caatinga. É essencial para o território e para os municípios. Deve ser elaborado com cautela e sabedoria, considerando o crescimento do nosso país. Essa conservação contribuirá para o desenvolvimento ambiental de forma sustentável. É um prazer participar e contribuir para que o nosso bioma e o nosso planeta sejam trabalhados de forma mais responsável. As próximas gerações precisam entender que a forma de conservação do meio ambiente que praticamos hoje precisa garantir o futuro delas”, destacou.

No início da tarde, membros da caravana participaram de uma entrevista na Rádio Brilhante FM (100.3), onde reforçaram a importância da proposta para a conservação ambiental e para o fortalecimento de iniciativas sustentáveis em toda a região. A Caravana da RBCD já passou por Lençóis, Andaraí, Rio de Contas, Ibicoara e Seabra. Amanhã (23), as atividades serão encerradas no Parque Estadual das Sete Passagens, em Miguel Calmon.

Fonte: Ascom/Sema