Salvador será palco da primeira edição do Samba da Lulu, evento idealizado exclusivamente para mulheres e pessoas que vivenciam a experiência feminina. Produzido pela Luluzinhas Club Produções, o encontro acontece no dia 17 de agosto, no Ateliê da Dani, localizado no bairro do Carmo, das 15h às 22h30.
Com uma proposta inovadora de celebração, o projeto pretende oferecer um espaço livre de assédio, atravessado por arte, fortalecido por redes de afeto e guiado por uma estética de cuidado e potência.
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Segundo Carolina Restrepo, fundadora da Luluzinhas Club, o samba é uma nova forma de ocupar os espaços públicos, que ainda são, muitas vezes, opressores para as mulheres:
“Queremos construir um lugar onde possamos existir sem medo, cantar sem interrupções, dançar com liberdade, falar sem sermos caladas. Um lugar de força, mas também de carinho. O Samba da Lulu é isso: música, corpo, presença e cura coletiva”, afirma.
Programação
Mediado pela atriz e apresentadora Morgana Bernabucci, o evento contará com três blocos de samba ao longo da tarde e da noite, conduzidos por Carine Haluen e banda, formada exclusivamente por mulheres. O repertório passeia por composições autorais e pelos clássicos do samba de roda.
Além das apresentações musicais, haverá momentos de microfone aberto, nos quais o público poderá compartilhar poesias, histórias e performances.
Outro destaque da programação é a Feirinha do Samba da Lulu, um espaço voltado ao fortalecimento econômico entre mulheres.
Entre os expositores estão: Fátima Santos, da marca Handmade Crochê, com peças autorais em crochê; Magda Boaventura, com cerâmicas exclusivas; Dani Cunha, anfitriã do espaço, responsável pela curadoria de roupas e artes;Ursula, com piteiras artesanais e orientações sobre redução de danos.
O evento também contará com a participação da advogada Cinthia Faceiros, que trará uma roda de conversa sobre direitos das mulheres e a importância da informação jurídica como forma de defesa.
Espaço e ingressos
A entrada será por meio de contribuição colaborativa e voluntária, com valores sugeridos, garantindo o acesso inclusive àquelas que não possam contribuir financeiramente.
Criado pelas produtoras culturais Carolina Restrepo e Carine Haluen, o evento prioriza a segurança e o conforto das participantes. Toda a equipe será exclusivamente feminina, incluindo bar, DJs, ambientação e comunicação visual. Apenas um profissional do sexo masculino atuará fora da área principal, exclusivamente para emergências externas.
Mais que entretenimento, o Samba da Lulu se propõe como um ato político e afetivo, uma resposta aos séculos de exclusão e violência simbólica e real vividos pelas mulheres.
“Este não é um evento qualquer. É uma afirmação política, sensível e necessária. Quando uma mulher ocupa um espaço, ela abre caminho para muitas outras. E é isso que queremos fazer: abrir caminhos, portas, abraços”, conclui Carolina.
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