Estações do metrô de Salvador terão seus nomes concedidos para marcas –
As estações de metrô de Salvador vão passar por um processo de mudança de nome em breve. A informação foi confirmada pelo diretor comercial da Motiva, João Pita, em entrevista ao Portal A TARDE. O processo ocorrerá por meio da cessão do chamado ‘naming rights’ para marcas, como aconteceu com o modal em São Paulo.
Segundo Pita, há uma tendência por parte das empresas em procurar novos mercados, o que coloca Salvador e Rio de Janeiro, onde a Motiva opera o veículo leve sobre trilhos (VLT), na rota de interesses. Ele explica ainda que a concessionária tem atuado de maneira conjunta para garantir a parceria que deve resultar na venda dos nomes das estações.
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“Nós trabalhamos de forma conjugada, em parceria entre as várias empresas que nós temos no grupo. Quando trabalhamos em São Paulo, sempre olhamos para Salvador e para o VLT carioca. Essa é uma das melhores mais valias de se trabalhar em rede, porque nós conseguimos trazer o melhor de todas as operações. Começou em São Paulo, hoje temos cinco contratos assinados (em São Paulo), e quando apuramos as oportunidades em São Paulo, sempre falamos nos outros ativos. Na medida que as empresas ficam mais confortáveis com o naming rights, elas também sentem mais apelo e vão para outras praças, como o Rio e Salvador”, explicou ao Portal A TARDE.
O metrô de Salvador tem um conjunto de hipóteses extraordinárias
Quais as estações que mudarão de nome?
Ainda não há um número exato de quantas das 22 estações do metrô de Salvador terão seus naming rights concedidos para as marcas. A ideia, segundo o diretor comercial da empresa, é negociar a maior quantidade possível. Apesar de não revelar as primeiras paradas que terão os nomes alterados, ele afirma que as regiões com um fluxo maior de passageiros chamam a atenção.

João Pita, diretor comercial da Motiva
Outros fatores também devem ser levados em consideração pelas marcas interessadas, como questões geográficas. João Pita ressaltou o naming rights é apenas a porta de entrada para o fortalecimento de uma parceria comercial que pode ser explorada de outras maneiras.
“As empresas querem sempre as estações que têm alguma afinidade regional, por ter uma loja perto, sua sede ser ali do lado, ou estações que possuem um volume maior, seja recorrente ou em momentos específicos […] Outras marcas podem querer promover uma operação que elas abriram em outra cidade. Temos ativamente a procura, tivemos algumas conversas específicas para abrir, ainda não temos nada assinado ou confirmado, mas a intenção é abrir o leque de negociações que nós temos, ter mais negociações ao mesmo tempo para tentar fechar o naming rights. O metrô de Salvador tem um conjunto de hipóteses extraordinárias. O naming rights é a porta de entrada, é a partida de colaboração que deve ir para um conjunto de outras coisas amplas, é isso que tentamos construir com as empresas”, ressaltou.

Metrô de Salvador
A proposta é usar de diversas estratégias para atrair a atenção de quem passa todos os dias pelas estações de Salvador. A mobilidade, no entendimento do diretor, é uma ferramenta que, por fazer parte do dia a dia da população, tem um forte poder de penetração.
“Então, temos sentido nas últimas semanas várias abordagens específicas aqui da Bahia por alguns motivos. O primeiro é que o metrô transporta praticamente 400 mil pessoas por dia, então é uma forma de mobilidade muito importante, onde as marcas podem conversar com seus clientes diariamente. Nós somos o local por onde as pessoas passam todos os dias, o metrô é uma ótima alternativa. Existe um afeto das pessoas e das marcas, a mobilidade mexe com a sua vida, você vai do ponto A para o ponto B, tudo isso passa pela mobilidade”, afirmou.
Estação Campo Grande
Com previsão de início das obras no começo de 2026, a estação de metrô do Campo Grande, que será a quinta mais profunda do Brasil, também deve ter seu naming rights negociado. A Motiva, responsável pela expansão do modal, reforça a mesma ideia de atrair a atenção da população com a marca que estampar seu produto no local.
“Vai ter mais uma estação para a gente poder ‘vender’. Nós queremos melhorar a vida das pessoas com mobilidade, isso faz uma operação melhor e faz com que tudo tenha um ambiente e coisas diferentes. Se você passa todo dia pelo metrô, aí você tem a ativação de um filme, de um cinema, do futebol, algo sobre um evento, um produto que está para ser lançado, você vai vendo coisas diferentes. Esse é o nosso objetivo, queremos vender as 22 estações, porque não quero comprometer qual é aquela que vamos conseguir primeiro. Evidente que 22 é uma utopia, mas queremos trabalhar as com maior fluxo ou que ligam a espaços comerciais ou de serviços”, defendeu o diretor comercial da empresa.
Quando as estações devem mudar de nome?
A expectativa é de que o processo de concessão dos naming rights tenha início ainda em 2025, caso as negociações já abertas, ainda sob sigilo, saiam do papel.
“Eu acredito que a gente quer lutar para ser no mais breve espaço de tempo possível, quero que seja este ano. Não depende de mim apenas, porque precisamos de dois para dançar, minha ideia é que seja o mais rápido que conseguir […] Essa construção, que não é só o nome, a Motiva é uma empresa de longo prazo e estratégias”, afirmou.
O que é naming rights?
Naming rights é o termo usado para acordo comercial que prevê a concessão de nomenclaturas de locais ou equipamentos. Em Salvador, a Arena Fonte Nova, construída por meio de uma parceria-público-privada (PPP), foi cedida para a Casa de Apostas por um período de quatro anos, passando a se chamar Casa de Apostas Arena Fonte Nova.
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