Atendimentos gratuitos também são voltados para as mães atípicas
Do sonho de fazer o bem nasceu uma rede de acolhimento. Há 17 anos, na Cidade Baixa, em Salvador, brotava o Núcleo de Assistência Comunitário – NAC Bahia, fruto da idealização e coragem de uma mãe e sua filha, que, muito antes do diploma em psicologia, já praticavam a mais nobre das profissões: a empatia.
“Quando percebi, já estávamos atendendo. Minha filha nem era formada ainda em psicologia, mas já estávamos mergulhadas nessa missão”, conta, emocionada, a idealizadora e gestora do NAC, Evangelina Lima. O que começou com ações pontuais, como distribuição de cestas básicas e presentes em datas como o Dia das Crianças, logo se transformou em um espaço de cuidado e transformação social.
O NAC Bahia é mais do que um centro de atendimento. É um lar afetivo, onde crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) encontram terapias, oportunidades e esperança. A instituição oferece atendimento multidisciplinar gratuito com as áreas de psicologia, fonoaudiologia, psicopedagogia, fisioterapia e nutrição. Enquanto os jovens recebem cuidado especializado, as mães também são acolhidas com carinho.
Elas participam de terapias individuais, rodas de conversa e até de aulas de pilates, enquanto aguardam seus filhos. “Criamos esse espaço também para elas, porque sabemos que o cuidado precisa ser integral. Ser mãe atípica é um desafio, não é fácil. Se a mãe não está bem, a criança sente”, destaca a gestora. A unidade presta assistência a 153 pessoas, incluindo os jovens e suas mães.
A potência do acolhimento e do voluntariado
Por trás de cada atendimento, há histórias que tocam, inspiram e reafirmam a importância desse trabalho. É o que reforça Cleide Ferreira, mãe atípica de uma menina autista nível 3. “Quero agradecer a oportunidade que tenho aqui, tanto eu quanto minha filha. Há dois anos buscávamos esse apoio e não encontrávamos. Aqui nos sentimos abraçadas”, explica.
A força desse trabalho também move quem doa seu tempo para transformar vidas. É o caso de Rosemary Barbosa, psicóloga voluntária e mãe atípica. “Eu também tenho uma filha com autismo e sei na pele como é difícil. Poder estar aqui, ajudando outras mães e famílias, é algo que preenche meu coração. Esse trabalho é essencial”, ressalta.
Rosana Oliveira, psicóloga clínica e voluntária desde 2017, complementa. “Aqui nós acolhemos com o mesmo rigor, carinho e profissionalismo que em um consultório clínico. O NAC faz muito pela comunidade e me orgulho de fazer parte disso”, conclui.
Outra mãe atípica, Mariana Alvarez, também compartilha seu alívio. “Meu filho recebe atendimento na terapia ocupacional e com a fonoaudióloga. Só tenho a agradecer pelo cuidado comigo e com ele. Estamos aqui desde fevereiro e já vemos os avanços”, pontua.
Parceria
Em parceria com o Programa Bahia. Estado Voluntário, o NAC Bahia fortalece sua missão social através da plataforma (www.estadovoluntario.ba.gov.br), ferramenta digital que conecta quem quer ajudar com quem precisa de ajuda. Graças a essa conexão, o NAC conseguiu nove voluntários, além dos que já atuam na instituição, passou a divulgar suas ações e a dar mais visibilidade às suas campanhas de arrecadação.
A coordenadora do Programa Bahia. Estado Voluntário, Kátia Camillo, esclarece a relevância da plataforma no estado. “Nosso objetivo é fomentar a prática do voluntariado na Bahia. Acreditamos que a participação cidadã é protagonista no desenvolvimento social. A plataforma faz esse elo acontecer, de forma simples e eficiente”, finaliza.
Programa Bahia. Estado Voluntário
O Programa Bahia. Estado Voluntário conta com uma plataforma digital que pode ser acessada pelo endereço www.estadovoluntario.ba.gov.br e funciona como uma rede social conectando perfis de interesse com oportunidades de serviços voluntários. Basta um clique, um minuto e uma boa ação para transformar o dia de alguém.
O Bahia. Estado Voluntário fomenta a prática do voluntariado na Bahia, tendo o cidadão como protagonista no desenvolvimento social. “Disponibilizamos uma plataforma virtual para o cadastro de projetos e de voluntários. Com isso é possível conectar entidades públicas e privadas e os cidadãos em redes solidárias, inclusivas e colaborativas, unindo esforços para o trabalho voluntário, portanto, promovendo a cultura de voluntariado cidadão”, explica Kátia Camillo.
Lançado em 2019, o programa alcançou a marca de mais de 28 mil voluntários cadastrados, além de projetos de entidades públicas e privadas. A plataforma de cidadania é administrada pela Secretaria da Administração (Saeb).
Fonte: Ascom/Saeb
Comentários