Entre os dias 24 e 27 de abril, Salvador sediará o 35º Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica, que neste ano traz um tema inédito e urgente: “Pele Étnica e Cirurgia Dermatológica”.
O evento, promovido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), a segunda maior entidade do mundo na especialidade, retorna à capital baiana após dez anos e promete não apenas atualizar a comunidade médica com os principais avanços da área, como também promover um necessário debate social sobre inclusão, representatividade e ciência com consciência racial.
O local escolhido para o congresso é o Centro de Convenções Salvador (CCS), que receberá cerca de 4 mil participantes, entre médicos dermatologistas, cirurgiões, residentes, estudantes e representantes da indústria farmacêutica, vindos de todos os estados brasileiros e do exterior. Estima-se que 95% do público será de fora da Bahia, o que deve gerar um impacto econômico de mais de R$ 30 milhões na cidade, especialmente nos setores de hotelaria, gastronomia, transporte e serviços especializados.
“Salvador, primeira capital do Brasil e cidade que concentra a maior população negra fora da África, é o local ideal para debatermos inovação, tecnologia e os avanços no cuidado da pele étnica, unindo professores, indústria e participantes em prol do conhecimento”, destaca o médico Paulo Barbosa, presidente do congresso, conselheiro da SBCD e um dos maiores especialistas em laser dermatológico do país.
A escolha do tema deste ano traduz uma virada de chave na forma como a dermatologia deve ser pensada no Brasil, país com mais de 56% da população autodeclarada preta ou parda, segundo o IBGE. Atualmente, a pele negra tem ocupado um lugar de protagonismo nas discussões científicas, pesquisas clínicas e protocolos de tratamento.
Durante os quatro dias de evento, os participantes terão acesso a uma programação com mais de 50 temas, que vão desde a alopecia em diferentes grupos populacionais até as técnicas mais modernas em cirurgia dermatológica, passando por discussões éticas sobre o uso do PMMA (polimetilmetacrilato), avanços em inteligência artificial aplicada à pele, oncologia cutânea e tratamentos voltados à população LGBTQIA+.
O congresso também será palco para o debate de procedimentos minimamente invasivos, segurança em tratamentos estéticos, uso de bioestimuladores, inovações com laser e radiofrequência e práticas cirúrgicas de precisão, com ênfase em protocolos personalizados.
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