Por Adriano Sampaio, Analista de Inteligência de Mercado e CEO da Duplamente Pesquisas
Se em 2024 Salvador já havia dado um banho de realidade nos concorrentes, em 2025 a cidade não apenas manteve a coroa: enterrou os rivais com uma avalanche de cifras, criatividade e um caos publicitário tão intenso que até os trios elétricos pareciam gritar “Tentem acompanhar, se puderem!”. Enquanto Rio, São Paulo e Recife ainda discutiam o orçamento para glitter, a capital baiana transformou o Carnaval em um MBA de neuromarketing ao ar livre.
Economia: Salvador Não Cresce, Alucina.
Os números de 2025 são tão absurdos que até o IBGE precisou de um drink após divulgá-los. O Carnaval baiano movimentou R$ 7 bilhões (sim, 38% a mais que os R$ 5,1 bi de 2024), segundo a Fecomércio-BA. Para comparar, o Rio — que ainda se gaba de ter o “maior espetáculo da Terra” — ficou estagnado em R$ 4,9 bi, enquanto Recife e São Paulo mal chegaram à metade disso (R$ 3,1 bi e R$ 2,5 bi, respectivamente). Turistas? 3,5 milhões de foliões, incluindo 600 mil gringos que trocaram Veneza por Ondina. Até o Cristo Redentor parece ter virado a cabeça para olhar a Bahia.
Verba Publicitária: Enquanto Uns Fazem Vaquinha, Salvador Contrata NASA
Se em 2024 as marcas brigavam por espaço, em 2025 elas declararam guerra nuclear. Dados da ABRAL mostram que Salvador absorveu R$ 410 milhões em publicidade — 28% a mais que 2024. O Rio, com seus R$ 260 mi, pareceu um ensaio de escola de samba sem financiamento. Para onde foi a grana? Cotas da Prefeitura de Salvador, Blocos, Trios, Camarotes, OOH invadindo aeroporto, Ferry Boat, rodoviária, ciclovia. O metrô virou um outdoor ambulante. Até nos coqueiros tinha QR Code. Os ambulantes no padrão “Vermelhou o sinal!” ♫
As Marcas em 2025: “Overdose? Nunca Ouvimos Falar”
Enquanto o Rio apostou em hashtags e São Paulo em filtros de Instagram, Salvador transformou a cidade em um brainstorm ambulante. Segundo a ESPM, o folião foi exposto a 48 marcas por hora (em 2024 eram 32), também vermelhou legal… juntas, Brahma, Ifood e Bradesco. A Brahma abriu as portas vermelhas do Carnaval de Salvador com a Brahmosidade; o Bradesco deu uma copada geral, distribuiu tanto copo Stanley que tinha momentos na avenida que tinha mais copo na mão que lata; o Ifood envelopou o que tinha pela frente, por pouco não esconde o Farol da Barra (La ele!) e a localíssima Acarajé da Dinha virou case de marketing de guerrilha após vender 15 mil unidades em 3 dias com cupons no TikTok.
No digital, a Bahia dominou 82% das menções ao Carnaval no país, segundo a Socialbakers. Enquanto isso, o desafio “#CarnavalNoRio” teve menos engajamento que vídeo de instrução de máscara de cílios.
O Caos Virou Estratégia (e os Outros Ainda Estão no “Ctrl C + Ctrl V”)
Se em 2024 o excesso de propagandas assustava, em 2025 Salvador abraçou o caos como arte. A pesquisa Carnaval Recall Salvador 2025, realizada pela Duplamente Pesquisas, revelou que 22,2% dos foliões não lembravam espontaneamente de uma terceira marca específica. Enquanto isso, no Recife, comentam que maioria achava que o maior patrocinador do Galo da Madrugada era o governo federal.
Conclusão: Salvador Não Compete, Passa por Cima Painho
Em 2025, o Carnaval baiano deixou claro que não há concorrência — há um desfile de marcas tentando sobreviver ao tsunami de inovação (e ironicamente, muitas delas perdidas na própria festa). Enquanto outras cidades ainda debatem se investem em drones ou carros de som, Salvador já está testando hologramas de Carmen Miranda cantando com Caymmi para 2026. E pra você, qual marca conseguiu ser lembrada no meio desse delírio coletivo? Quer saber? Está lá no Relatório “Carnaval Recall Salvador 2025” 🙂
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