O que estão compartilhando: vídeo de foliões jogando latas de cerveja e outros objetos contra uma mulher em um camarote. Legenda sobreposta À postagem diz que ela seria a recém-empossada ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann, sendo hostilizada em Salvador.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A mulher que aparece nas imagens não é Gleisi Hoffmann, e o vídeo não foi gravado em Salvador. A cena ocorreu em Fortaleza, durante o Fortal – carnaval fora de época – em julho de 2019. Na ocasião, Gleisi estava em um evento em Curitiba. Ela era deputada federal (PT-PR) e não ministra, cargo que assumiu no último dia 10.

Foto: Reprodução/TikTok
Saiba mais: Esta não é a primeira vez que o vídeo viraliza como se mostrasse um comportamento hostil contra a atual ministra. Em 2019, ele foi compartilhado nas redes sociais sob a alegação de que ela tinha sido agredida em Fortaleza. Agora, o mesmo conteúdo circula como se mostrasse uma “recepção” no carnaval de Salvador, em 2025.
Vídeo mostrava protesto contra Jair Bolsonaro
Em 2019, quando as imagens foram originalmente gravadas, o jornal O Povo noticiou o ocorrido. O vídeo investigado mostra pessoas com abadás de um bloco em tons claros discutindo com uma mulher em um camarote. Latas são jogadas em ambas as direções e é possível ouvir, ao fundo, pessoas protestando contra o então presidente, Jair Bolsonaro, enquanto gritam palavrões.
No Instagram, o jornal publicou imagens de uma cena parecida, com protesto contra Bolsonaro e foliões arremessando latas entre o bloco e o camarote. Neste caso, as camisas do bloco são em cores escuras e as placas de patrocínio do camarote são de outra marca, mas a estrutura é idêntica. O jornal disse que o protesto do dia 27 se repetiu em 28 de julho.
Na época, Gleisi usou sua conta no Facebook para negar que fosse a pessoa hostilizada na situação. Em nota, a assessoria da então deputada disse que ela esteve em Curitiba desde 25 de julho de 2019 e que retornou para Brasília no dia 28. O PT também negou que a mulher no vídeo fosse Gleisi.

No Facebook, Hoffmann negou que estivesse em Fortaleza no dia do protesto. Foto: Reprodução/Facebook
A maior parte dos vídeos que circulam este ano contém um texto sobreposto à imagem da mulher atingida por latas, o que dificulta a visualização da fisionomia. No entanto, o mesmo conteúdo foi compartilhado no WhatsApp, sem o texto, e é possível perceber que, diferente de Hoffmann, a mulher nas imagens não tem o cabelo loiro, e sim de um tom escuro.
Gleisi Hoffmann se licenciou do mandato de deputada federal para assumir o cargo de ministra na Secretaria de Relações Institucionais. Ela terá como tarefa a articulação política junto ao Congresso Nacional para a aprovação de medidas do governo.
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