Barbárie Bundi. Foto: Caio Lírio No dia 15 de agosto, a afrodrag Barbárie Bundi sobe no palco da Casa da Felicidade, em Salvador, para invocar a mística e a poesia de Maria Bethânia, em um espetáculo de dublagem. O show ‘A Bahia de Bethânia’ comemora os 60 anos de carreira da cantora e se apresenta … Leia Mais
Embasa. Foto: Alberto Freitas/Embasa. A Embasa vai realizar, na próxima terça-feira (5), um serviço de manutenção no sistema de distribuição de água com cerca de 500 profissionais envolvidos distribuídos em 50 equipes. O serviço vai acontecer em estações de tratamento, reservatórios e em diversos pontos da rede distribuidora. Por conta dessa intervenção, o fornecimento de … Leia Mais
O presidente do Partido dos Trabalhadores da Bahia, Éden Valadares, criticou o alto custo de vida em Salvador, que afeta toda população, sobretudo a população mais carente, dificulta o investimentos de empresários na cidade, prejudica o seu desenvolvimento econômico e, consequentemente, o desenvolvimento social. Em declaração à radio Baiana FM, nesta quarta-feira, 30, Éden afirmou … Leia Mais
Tamires Santos é a única mulher negra baiana entre os autores
Tadeu Paz , Salvador |
29/07/2025 às 17:40 Tamires Santos Foto: Deivison Oliveira Salvador será palco, em 31 de julho de 2025, do lançamento do livro Empreenda com Propósito, obra nacional que reúne histórias de empreendedores(as) de diversas regiões do país que constroem seus negócios … Leia Mais
A Travessia Salvador-Mar Grande faz saidas sempre de meia em meia hora (Foto: Astramab/Divulgação) A travessia Salvador-Mar Grande registra bom movimento de passageiros nesta segunda-feira (28), com destaque para o fluxo de retorno de quem passou o fim de semana na Ilha de Itaparica. O sistema começou a operar às 5h, com a primeira embarcação … Leia Mais
Uma ação criminosa contra um motociclista por pouco não terminou em tragédia no bairro de São Caetano, em Salvador. A ocorrência foi registrada neste domingo (27).
Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram a vítima sendo abordada pelo bandido. Desesperado, o dono da moto reage, deixa o veículo cair e entra em luta corporal com o assaltante, mesmo a atitude sendo condenada pelas autoridades policiais.
Com arma em punho durante a briga, o criminoso aperta o gatilho e pelo menos um estampido é ouvido. O assaltante ainda tentou efetuar outros disparos, mas a arma parece falhar e o motociclista não foi atingido.
Polícia Militar
A Polícia Militar confirmou a ocorrência. Segundo a corporação, na manhã deste domingo, policiais militares do Batalhão Gêmeos foram informados que um homem havia roubado um carro, na Ladeira do Bambuí, em São Caetano.
Em nota, a PM informou que durante rondas os policiais localizaram o suspeito. Conforme a PM, o homem portava uma pistola com cinco munições calibre 9mm e três aparelhos celulares. Populares informaram aos policiais que o homem também havia tentado roubar uma moto momentos antes.
O homem e o material apreendido foram apresentados na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), onde a ocorrência foi registrada.
Ao todo, 108 pessoas foram mortas e 64 ficaram feridas; os números são de levantamento do Instituto Fogo Cruzado
O Instituto Fogo Cruzado registrou um aumento de 36% no número de tiroteios, no conjunto das regiões metropolitanas de Salvador, do Recife e Rio de Janeiro, no 1º semestre deste ano. Foram 253 tiroteios envolvendo disputas entre diferentes grupos armados, ante o total de 186 registrado no mesmo período do ano passado.
Ao todo, 108 pessoas foram mortas e 64 ficaram feridas nesses tiroteios. Em 2024, foram 80 mortos e 60 feridos. Os dados foram divulgados na 2ª feira (21.jul.2025).
Os números fazem parte do relatório semestral do monitoramento realizado em 49 municípios dessas 3 regiões metropolitanas, acompanhados pelo instituto. Além disso, 20 pessoas foram vítimas de balas perdidas e 21 crianças e adolescentes foram baleados dos quais 11 morreram –um aumento de 91%, em relação ao 1º semestre do ano passado.
O Fogo Cruzado afirma que os tiroteios em disputas entre grupos armados causam impactos na dinâmica das cidades, no deslocamento e também na vida da população.
“Este é um problema crônico que todos os dias coloca crianças na linha de tiro no Brasil. Saber que os tiroteios aumentaram é saber que mais famílias conviveram com eles, que mais jovens passaram por esse trauma. É preciso responder a isso, ter propostas em níveis estadual e federal para esse problema porque ele não é pequeno”, diz a diretora de Dados e Transparência do Instituto Fogo Cruzado, Maria Isabel Couto.
Rio de Janeiro
Segundo os dados registrados, no caso do Rio de Janeiro, os confrontos são intensos desde 2024 em 4 localidades: Morro dos Macacos, Complexo do Fubá, Catiri e Complexo do Juramento.
O documento mostra que, juntos, Catiri (8), Morro dos Macacos (57), Complexo do Fubá (54) e Morro do Juramento (54) concentraram mais da metade (57%) dos tiroteios durante disputas entre grupos armados e 36% das vítimas atingidas neste 1º semestre.
Com 66 tiroteios, Vila Isabel, na zona norte do Rio, permanece entre os bairros mais afetados pela violência armada, assim como em todo o ano de 2024, quando foi considerado o bairro da região metropolitana do Rio com mais tiroteios, com 88 registros.
Considerando o total de tiroteios mapeados de janeiro a junho deste ano, houve participação policial em 504 deles, o que representa 41% dos registros. Em 2024, nesse mesmo período, dos 1.346 tiroteios mapeados, 459 deles (34%) aconteceram nestas circunstâncias.
Recife
Na região metropolitana do Recife, o relatório evidencia uma alta expressiva no número de tiroteios e pessoas baleadas em confrontos. Segundo o Fogo Cruzado, foram mapeados 18 tiroteios motivados por disputas entre diferentes grupos armados, em 2024, foi apenas 1.
O relatório destaca ainda que, dos 18 tiroteios registrados em disputas neste 1º semestre, 6 foram no Recife. Houve tiroteios também em Olinda (4), Paulista (4), Cabo de Santo Agostinho (2), Goiana (1) e Moreno (1).
Duas crianças morreram em decorrência dos tiroteios: Helen Santos, de 4 anos, morta por bala perdida no Córrego do Deodato, no bairro de Água Fria, no Recife, em 12 de abril; e Emilly, de 7 anos, também por uma bala perdida, em Peixinhos, Olinda, em 28 de março.
Das 39 vítimas de balas perdidas, 31 foram atingidas como vítimas colaterais de homicídios ou tentativas de homicídio. Olinda concentrou a maioria das vítimas, com 17 pessoas atingidas. Cabo de Santo Agostinho (8), Recife (8), Paulista (2), Abreu e Lima (1), Goiana (1), Jaboatão dos Guararapes (1) e São Lourenço da Mata (1) também registraram vítimas de balas perdidas.
Salvador
Em relação a Salvador e região metropolitana, houve 81 tiroteios em disputas entre grupos armados. Esses confrontos resultaram em 45 mortes e deixaram 28 feridos. Em 2024, no mesmo período, também foram registrados 81 tiroteios nesse contexto, que deixaram 35 mortos e 23 feridos.
Outro lado
Em nota, o governo do Estado do Rio de Janeiro informou que não comentaria os dados do Instituto Fogo Cruzado e que dados do Instituto de Segurança Pública, órgão oficial de análise de dados e indicadores de criminalidade do governo, mostram que a letalidade violenta no estado atingiu em maio e junho os menores números da série histórica iniciada em 1991.
Estes números são resultados, de acordo com a nota, do investimento de mais de R$ 4,5 bilhões em tecnologia e inteligência, assegurando melhores condições de investigação, treinamento, equipamentos e proteção para agentes e a população.
Estações do metrô de Salvador terão seus nomes concedidos para marcas –
As estações de metrô de Salvador vão passar por um processo de mudança de nome em breve. A informação foi confirmada pelo diretor comercial da Motiva, João Pita, em entrevista ao Portal A TARDE. O processo ocorrerá por meio da cessão do chamado ‘naming rights’ para marcas, como aconteceu com o modal em São Paulo.
Segundo Pita, há uma tendência por parte das empresas em procurar novos mercados, o que coloca Salvador e Rio de Janeiro, onde a Motiva opera o veículo leve sobre trilhos (VLT), na rota de interesses. Ele explica ainda que a concessionária tem atuado de maneira conjunta para garantir a parceria que deve resultar na venda dos nomes das estações.
Leia Também:
“Nós trabalhamos de forma conjugada, em parceria entre as várias empresas que nós temos no grupo. Quando trabalhamos em São Paulo, sempre olhamos para Salvador e para o VLT carioca. Essa é uma das melhores mais valias de se trabalhar em rede, porque nós conseguimos trazer o melhor de todas as operações. Começou em São Paulo, hoje temos cinco contratos assinados (em São Paulo), e quando apuramos as oportunidades em São Paulo, sempre falamos nos outros ativos. Na medida que as empresas ficam mais confortáveis com o naming rights, elas também sentem mais apelo e vão para outras praças, como o Rio e Salvador”, explicou ao Portal A TARDE.
O metrô de Salvador tem um conjunto de hipóteses extraordinárias
Quais as estações que mudarão de nome?
Ainda não há um número exato de quantas das 22 estações do metrô de Salvador terão seus naming rights concedidos para as marcas. A ideia, segundo o diretor comercial da empresa, é negociar a maior quantidade possível. Apesar de não revelar as primeiras paradas que terão os nomes alterados, ele afirma que as regiões com um fluxo maior de passageiros chamam a atenção.
João Pita, diretor comercial da Motiva| Foto: Divulgação
Outros fatores também devem ser levados em consideração pelas marcas interessadas, como questões geográficas. João Pita ressaltou o naming rights é apenas a porta de entrada para o fortalecimento de uma parceria comercial que pode ser explorada de outras maneiras.
“As empresas querem sempre as estações que têm alguma afinidade regional, por ter uma loja perto, sua sede ser ali do lado, ou estações que possuem um volume maior, seja recorrente ou em momentos específicos […] Outras marcas podem querer promover uma operação que elas abriram em outra cidade. Temos ativamente a procura, tivemos algumas conversas específicas para abrir, ainda não temos nada assinado ou confirmado, mas a intenção é abrir o leque de negociações que nós temos, ter mais negociações ao mesmo tempo para tentar fechar o naming rights. O metrô de Salvador tem um conjunto de hipóteses extraordinárias. O naming rights é a porta de entrada, é a partida de colaboração que deve ir para um conjunto de outras coisas amplas, é isso que tentamos construir com as empresas”, ressaltou.
Metrô de Salvador| Foto: Divulgação
A proposta é usar de diversas estratégias para atrair a atenção de quem passa todos os dias pelas estações de Salvador. A mobilidade, no entendimento do diretor, é uma ferramenta que, por fazer parte do dia a dia da população, tem um forte poder de penetração.
“Então, temos sentido nas últimas semanas várias abordagens específicas aqui da Bahia por alguns motivos. O primeiro é que o metrô transporta praticamente 400 mil pessoas por dia, então é uma forma de mobilidade muito importante, onde as marcas podem conversar com seus clientes diariamente. Nós somos o local por onde as pessoas passam todos os dias, o metrô é uma ótima alternativa. Existe um afeto das pessoas e das marcas, a mobilidade mexe com a sua vida, você vai do ponto A para o ponto B, tudo isso passa pela mobilidade”, afirmou.
Estação Campo Grande
Com previsão de início das obras no começo de 2026, a estação de metrô do Campo Grande, que será a quinta mais profunda do Brasil, também deve ter seu naming rights negociado. A Motiva, responsável pela expansão do modal, reforça a mesma ideia de atrair a atenção da população com a marca que estampar seu produto no local.
“Vai ter mais uma estação para a gente poder ‘vender’. Nós queremos melhorar a vida das pessoas com mobilidade, isso faz uma operação melhor e faz com que tudo tenha um ambiente e coisas diferentes. Se você passa todo dia pelo metrô, aí você tem a ativação de um filme, de um cinema, do futebol, algo sobre um evento, um produto que está para ser lançado, você vai vendo coisas diferentes. Esse é o nosso objetivo, queremos vender as 22 estações, porque não quero comprometer qual é aquela que vamos conseguir primeiro. Evidente que 22 é uma utopia, mas queremos trabalhar as com maior fluxo ou que ligam a espaços comerciais ou de serviços”, defendeu o diretor comercial da empresa.
Quando as estações devem mudar de nome?
A expectativa é de que o processo de concessão dos naming rights tenha início ainda em 2025, caso as negociações já abertas, ainda sob sigilo, saiam do papel.
“Eu acredito que a gente quer lutar para ser no mais breve espaço de tempo possível, quero que seja este ano. Não depende de mim apenas, porque precisamos de dois para dançar, minha ideia é que seja o mais rápido que conseguir […] Essa construção, que não é só o nome, a Motiva é uma empresa de longo prazo e estratégias”, afirmou.
O que é naming rights?
Naming rights é o termo usado para acordo comercial que prevê a concessão de nomenclaturas de locais ou equipamentos. Em Salvador, a Arena Fonte Nova, construída por meio de uma parceria-público-privada (PPP), foi cedida para a Casa de Apostas por um período de quatro anos, passando a se chamar Casa de Apostas Arena Fonte Nova.
Salvador é a quarta cidade com maior taxa de roubos e furtos de celulares do Brasil em 2024. Conforme dados do Anuário da Segurança Pública divulgados na quinta-feira (24), a capital baiana 1396,7 aparelhos subtraídos a cada 100 mil habitantes no ano passado.
Logo atrás de Salvador, fechando o “top 5”, Lauro de Freitas é outra cidade baiana com a maior quantidade proporcional de celulares roubados e furtados ao longo de 2024. No caso, o município da Região Metropolitana (RMS) registrou 1.392,0 telemóveis subtraídos.
Na frente das cidades baianas, figuraram apenas São Paulo (SP), Belém (PA) e São Luís (MA). Segundo o Anuário, foi uma característica marcante das grandes cidades a ocorrência de crimes de furto de celulares.
“Essas 20 cidades concentraram 40% de todos os celulares roubados e furtados no país, indicando como esta modalidade criminal é concentrada e característica de cidades de grande porte”, diz o Anuário.
A Bahia, em termos absolutos, ocupou a segunda posição entre os estados com a maior quantidade de furtos e roubos de celulares. Ao todo, o território baiano registrou 72.133 deduções dos aparelhos em 2024, perdendo apenas para São Paulo (287.849). Apesar da estatística, o número de roubos de celulares diminuiu 17,86% no comparativo com 2023. Informações do Bahia Notícias
Defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ministro Rui Costa, da Casa Civil, o projeto para construção de uma ponte que ligará Salvador (BA) à Ilha de Itaparica, incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), é contestado por especialistas e pescadores, que temem efeitos nocivos ao meio ambiente. Com 12,4 quilômetros de extensão sobre a água, a estrutura localizada na Baía de Todos os Santos seria a maior da América Latina, superando a Ponte Rio-Niterói.
No início do mês, Lula afirmou que a construção, isenta de impostos federais, já está “acertada”. Segundo o petista, a obra contará com investimento de R$ 11 bilhões e representará uma “revolução para o desenvolvimento da Bahia”. A execução do empreendimento será viabilizada a partir de uma Parceria Público-Privada (PPP) entre o governo estadual — comandado pelo também petista Jerônimo Rodrigues, que sucedeu o próprio Rui Costa no cargo — e um consórcio chinês.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o governador Jerônimo Rodrigues — Foto: Henrique Raynal/Divulgação Casa Civil
— Foi um parto difícil. O Rui Costa sabe o quanto ele sofreu. Quantas vezes eu falei: “Oh, meu amigo, e a nossa ponte?” — disse Lula ao “Jornal da manhã” no dia 2 de julho.
Morador de Itaparica, o engenheiro ambiental Joselito Alves cobra uma revisão dos estudos de impacto ambiental. Para o especialista, a obra vai permitir a expansão do agronegócio e da mineração na cidade, o que ameaçaria a biodiversidade local:
— Vai causar grande impacto à Baía de Todos os Santos. É uma área de produção de pescados e migração de espécies, como baleias e golfinhos, que terão agora esse anteparo.
Os primeiros projetos para uma ponte no local surgiram nos anos 1970, mas não avançaram. Em 2010, o debate foi retomado pelo então governador Jaques Wagner (PT). A previsão da gestão de Jerônimo Rodrigues é a construção comece até junho de 2026.
Um inquérito no Ministério Público da Bahia (MP-BA) avalia o processo de licenciamento e os possíveis danos em Itaparica. Uma segunda investigação, conduzida pelo Ministério Público Federal (MPF), analisa como se deu o a consulta prévia aos povos impactados pela obra.
— Há indícios de problemas nos estudos. Identificamos várias lacunas e equívocos. Exigimos, então, uma reconfiguração — afirma a promotora Cristina Seixas, do MP-BA.
Integrante do povo Tupinambá em Itaparica, o pescador Rafael Tamandaré revela o temor de que a obra traga mais especulação imobiliária e desmatamento, além de uma piora no saneamento básico:
— Muitos rios estão poluídos por desgaste do esgoto doméstico, principalmente os que estão perto de comunidades. O impacto é enorme. Para algumas culturas, a natureza não tem muita importância, mas para nós ela é vital.
Um estudo apresentado numa audiência pública realizada pelo MPF em junho mensurou o impacto da obra nos territórios de populações tradicionais. Segundo o documento, há 120 terreiros, dezenas de pequenas colônias de pescadores, comunidades quilombolas, ciganas e indígenas na região. O órgão recomendou acordos para minimizar as consequências na vida destes grupos. Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi assinado pela Defensoria Pública da União (DPU) e pelo governo do estado da Bahia.
Secretário da Casa Civil da Bahia, Afonso Florence afirma que o projeto é uma prioridade para o estado por proporcionar uma expansão metropolitana de Salvador, que “não tem mais para onde crescer”:
—Minha impressão é que a obra é amplamente aprovada na Bahia. Até a oposição reclama, mas que está demorando a sair. Estamos fazendo as pesquisas de forma correta, e as reivindicações dos grupos afetados serão atendidas.
O consórcio chinês venceu o leilão para a construção e administração da ponte em dezembro de 2019, sob previsão de R$ 7,6 bilhões em gastos. As empresas pediram, posteriormente, um reajuste no valor com o argumento de aumento dos juros e do preço dos materiais de construção e do aço no mercado internacional.
O embate terminou no Tribunal de Contas do Estado (TCE), que recalculou o custo para R$ 10,4 bilhões. O contrato atual estabelece a concessão de 35 anos para construção, operação e manutenção do equipamento. Os próximos passos envolvem a elaboração do projeto executivo e a mobilização dos canteiros de obras em Salvador e Vera Cruz.
Para Claudio Villas Boas, CEO da Concessionária Ponte Salvador-Itaparica, a obra “vai integrar regiões, dinamizar economias locais e promover uma nova redistribuição de riqueza no estado”. Ele afirma que a empresa tem “buscado um diálogo participativo com as comunidades tradicionais da área de influência da obra”:
— É, acima de tudo, um projeto de desenvolvimento econômico e social, que impactará positivamente a vida de mais de 70% da população baiana, em cerca de 250 cidades.
Flexibilização do licenciamento
Especialistas ouvidos pelo GLOBO apontam que, se Lula sancionar sem vetos o projeto de lei que flexibiliza o licenciamento ambiental, aprovado na Câmara na semana passada, haverá impacto no andamento da obra da megaponte.
— Caso se retire a obrigatoriedade de escuta dos órgãos federais responsáveis por povos tradicionais (caiçaras, indígenas, quilombolas e outros) e das comunidades em si, sabemos que estas tenderão a receber a maior parte dos prejuízos ambientais gerados pela economia na mitigação de danos dos projetos de infraestrutura, sobretudo os impactos na saúde, abastecimento de água e alimentação — ressalta Marcos Woortmann, cientista político e diretor-adjunto do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS).
Como mostrou o GLOBO, a aprovação do projeto colocou Lula em uma encruzilhada. De um lado, a ala à esquerda do governo, capitaneada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, cobra o veto ao projeto, que é alvo de críticas de pesquisadores, cientistas e diferentes entidades. Do outro, integrantes do Planalto com viés mais desenvolvimentista, grupo que abrange até petistas como Rui Costa, defendem que as mudanças podem ajudar a destravar obras pelo país, inclusive com dividendos eleitorais.