Com início na última sexta-feira (16), a I Festa Literária Estudantil dos Povos Indígenas do Território de Itaparica – Flepiti acontece até quarta-feira (21), celebrando “Memórias Opará, o rio de nossos ancestrais”. Uma festa multicultural com seis dias de duração que movimenta o cenário literário de Paulo Afonso e demais municípios do território de Itaparica, no semiárido baiano.
A Flepiti foi contemplada no Edital de Apoio às Festas, Feiras e Festivais Literários, através do Programa Bahia Literária, com o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação e da Secretaria de Cultura, via Fundação Pedro Calmon. Presente na mesa institucional de abertura da feira, nesta segunda-feira (19), o diretor-geral da FPC/Secult-BA, Sandro Magalhães, comemorou a realização do evento e ressaltou a diversidade e representatividade da programação.
“Começamos de forma muito positiva a realização das feiras literárias. Em nome do governador Jerônimo Rodrigues, agradecemos as lideranças indígenas que estão sendo autores desse grande momento da literatura baiana que é a I Flepiti. Por estarem aqui provocados pelo Bahia Literária que expande completamente a grande celebração das culturas baianas, que revela essa diversidade e nos impulsiona para o futuro. E se o futuro é ancestral, então, é aqui na Bahia, nesse território que a gente percebe a força dos povos indígenas. Além de celebração, as feiras literárias são espaços de reivindicação, reflexão e levantar pautas sobre as culturas com as quais estamos trabalhando”, enfatizou o dirigente.
Na abertura, as lideranças indígenas estiveram presentes na representação do vice-cacique Adriano Truka Tupan, do Movimento Unido doa Povos e Organizações Indígenas da Bahia; Cacique Jailson (Aldeia Kariri-Xokó); Cacique Maí (Aldeia Xukuru Kariri); Cacique Fausto (Aldeia Atikum Nova Vida); Liderança Genicleia Tuxá (Aldeia Tuxá); Cacica Maria Erineide Rodrigues da Silva (Aldeia Truká Tupan); Cacique Ananias (Aldeia Atikum Nova Aliança); Kambiwá Cacica Josefa; Cacique Nonato Atikum (Aldeia Atikum de Rodelas).
A mesa ainda contou com as representações de Elismar Carvalho da ONG Raso da Catarina; da diretora do Colégio Estadual de Tempo Integral de Paulo Afonso, Ivanilda Oliveira; da técnica pedagógica da Coordenação de Ensino médio, Talita Santos; do dirigente do NTE-24, Marcos Queiroz; do Representante Territorial de Cultura de Itaparica, Alex Maia; do superintendente municipal de Cultura de Paulo Afonso; Augusto Flávio; de Joyce da Paixão, representante da Secretaria de Educação da Bahia, de Cristiane Taquari, do Centro de Culturas Populares e Identitárias, unidade da Secult-BA.
A Flepiti está sendo marcada por debates literários, performances, ritual sagrado, oficinas de escrita e de arte indígena, exposição de artesãos de várias etnias, mostra fotográfica de estudantes indígenas e shows dos artistas Beatriz Tuxá, Wakay e Kaê Guajajara integram a programação do evento, que vai acontecer em Paulo Afonso e em aldeias nos municípios de Rodelas, Glória e Abaré.
Nos três primeiros dias, o evento seguiu em formato itinerante, passando por comunidades indígenas nos municípios de Rodelas, Glória e Abaré, e nos outros três dias o evento acontece no Colégio Estadual de Tempo Integral de Paulo Afonso (CETIPA).
A programação ainda inclui palestras, lançamento de livro, encontros e debates literários, performances, oficinas, feira cultural, cineclube (exibição de documentários), apresentações musicais e poéticas. Realizada pela ONG Raso da Catarina, a Flepiti conta apoio do CETIPA (Colégio Estadual de Tempo Integral de Paulo Afonso), das Prefeituras de Abaré, Rodelas, Glória e Paulo Afonso.
Com curadoria assinada pelo escritor e pesquisador indígena Ezequiel Tuxá e pelo doutor em Literatura e Cultura e professor da UNEB, Marielson Carvalho, a expectativa é que o evento reúna estudantes, professores, indígenas da região, inclusive suas lideranças, escritores, intelectuais, artistas e todos os interessados na cultura dos povos originários.
Fonte: Ascom/FPC