A Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia (sema) e o Instituto Perene firmaram, nesta quinta-feira (8), um acordo de cooperação técnica (ACT) com foco na promoção de práticas socioambientais, proporcionando o bem-estar de comunidades rurais e a conservação de vegetação nativa. A parceria, que tem vigência de 20 meses, foi assinada em abril deste ano e tem como eixo principal a disseminação de tecnologias sociais, a conservação da vegetação e à melhoria da qualidade de vida de comunidades rurais.
Segundo Luciana Rocha, especialista em Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Superintendência de Políticas a Planejamento Ambiental (SPA) e gestora do acordo pela Sema, o objetivo central do ACT é “a promoção de práticas socioambientais, a partir da implantação dos fogões ecoeficientes e a disseminação de informações sobre restauração de ecossistemas que acontecerá através da elaboração e distribuição de cartilhas”. A parceria beneficiará diretamente milhares de famílias, incentivando o uso racional dos recursos naturais, contribuindo para a segurança alimentar, e também permitirá um intercâmbio de conhecimentos entre os partícipes.
O programa “Fogões + Eficientes”, já em curso na Bahia e no estado do Tocantins com apoio financeiro da caixa econômica federal, está viabilizando a substituição de fogões a lenha rudimentares por modelos ecoeficientes. Desenvolvido pelo Instituto Perene com base no modelo Rocket Stove, concebido pelo especialista norte-americano Dr. Larry Winiarski (1940–2021), o novo equipamento exige menor quantidade de lenha, reduz em até 50% o tempo de cozimento e emite menos fumaça tóxica, contribuindo para a saúde das famílias e para a preservação do meio ambiente.
Ao todo, 7 mil fogões ecoeficientes serão distribuídos em comunidades rurais da Bahia. A ação representa um avanço significativo na redução de emissões de gases poluentes e na conservação da vegetação nativa, uma vez que diminui a necessidade de extração de lenha.
Para Guilherme Valladares, diretor executivo do instituto perene, o acordo reflete um alinhamento sólido entre as políticas públicas estaduais e as ações da organização. “apontamos para a promoção e valorização das tecnologias sociais, da restauração e recuperação de ecossistemas, da capacitação de gestores públicos e da qualificação profissional. Estamos iniciando a construção de um plano de ação detalhado, com cronograma preciso, para realizar as atividades previstas no ACT”, afirmou.
Sem repasse financeiro entre as partes, o ACT prevê que cada instituição se responsabilize pela execução de suas atribuições. A sema contribuirá com apoio técnico, estrutura física e mobilização de gestores públicos. Já o instituto perene será responsável pela implementação das ações previstas pela realização de cursos de capacitação e articulação com representantes das comunidades envolvidas.
Fotos: Matheus Lemos/ASCOM