Manifestações culturais do Povo Tupinambá de Itaparica se destacam em evento promovido pela FPC

Manifestações culturais do Povo Tupinambá de Itaparica se destacam em evento promovido pela FPC
Manifestações culturais do Povo Tupinambá de Itaparica se destacam em evento promovido pela FPC
Foto: Ascom/FPC

O ano de 2025 marca a 81ª celebração do Abril Indígena, período que enfatiza a luta, resistência e resiliência dos povos indígenas do Brasil. Para celebrar, a Fundação Pedro Calmon, vinculada à Secretaria de Cultura da Bahia, por meio da Biblioteca Juracy Magalhães de Itaparica, promoveu o evento “Minha Terra Pindorama. Tupinambás de Itaparica’, que contou com programação especial na última terça-feira, 22 de abril.

Com a participação dos povos indígenas da comunidade da Misericórdia que apresentaram exposições de trabalhos, oficinas, feira de artesanato, cânticos, danças tradicionais, jogos indígenas, rodas de conversa e contação de histórias, crianças e jovens da ilha tiveram contato com as diversas manifestações culturais do povo Tupinambá,

A Cacica Iuly Inaiê do povo Tupinambá da retomada de Itaparica, destacou que o evento marca um espaço fundamental para disseminar a verdadeira história dos povos originários do Brasil. “Fomos convidados para esta atividade na biblioteca, juntamente com as crianças, para que elas entendam mais sobre a nossa cultura, para além do que é ensinado nas escolas. É mais do que uma iniciativa para celebrar, mas para promover informação, conhecimento”.

O Indígena Tupinambá, Mandú Guyra Apuã, enfatizou que a iniciativa abre espaço para que a história possa ser contada através da perspectiva dos povos indígenas, suas lutas e resistência, sobretudo na desmistificação de alguns conceitos acerca da cultura, modo de vida pós-período de colonização desses povos.

“Momento importante para estar junto com os jovens e crianças da comunidade, onde trouxemos novas informações, atualização através do nosso ponto de vista, da nossa própria voz. O que os livros de história não trazem! Através dessas conversas elas começam a se identificar, a perceber seus traços, o que vem da cultura e está ligado ao movimento indígena, e acabam se conectando com isso de certa forma. Importante também para desmistificar muito coisa que é construída, o que é esse corpo indígena nessa sociedade pós-globalização, pós-processo de colonização, esse indígena que existe, resiste e preserva a cultura”.

Sobre a realização do evento o diretor-geral da Fundação Pedro Calmon comenta: “O Brasil é terra indígena e os povos originários seguem resistindo e mostrando sua força. Alinhados com o Governo da Bahia que fortalece essa luta em várias frentes, através da cultura, do livro e leitura também abrimos espaço para essa manifestação da riqueza cultural, social e histórica dos povos indígenas, especialmente nesse mês simbólico, onde as bibliotecas abordam a temática através das diversas linguagens, principalmente junto às crianças e jovens que têm contato com a história viva e real do nosso país”.

Na data também aconteceu o Lançamento do Livro “O Canto de Graúna – uma poética da heterogeneidade nas literaturas indígenas brasileiras contemporâneas”, da autora Randra Kevelyn. O livro foi lançado no auditório da Biblioteca. A obra traz uma análise de como a escritora potiguara Graça Graúna constrói uma obra poética que expande as possibilidades de discussão temática de autores indígenas.

A diretora da Biblioteca, Soraia Alves, destacou que o evento reuniu a comunidade da ilha para uma experiência de escuta e aprendizado coletivo: “Em respeito à ancestralidade e à força dos povos originários, a Fundação Pedro Calmon abre esse espaço de escuta, diálogo e valorização das culturas tradicionais. Um encontro que veio para fortalecer laços, compartilhar saberes e valorizar a rica cultura, por meio de bate-papo com representantes do povo Tupinambá sobre cultura, costumes e a luta pela reintegração de posse na ilha”.

A programação de Minha terra Pindorama. Tupinambás de Itaparica’ contou com Exposição de produtos agrícolas e artesanatos indígenas; Realização de pintura corporal; Bate papo: Tupinambás em Itaparica, com os convidados Luciano Mandu e Rafael Carvalho; Jogos indígenas; apresentação de Toré; e o Bate-papo, Heterogeneidade nas literaturas indígenas brasileiras contemporâneas, com os convidado, Randra Kevelyn e Rafael Carvalho.