Marcha do Silêncio: Visita ao Forte do Barbalho faz memória aos ex-presos políticos da Ditadura Militar

Marcha do Silêncio: Visita ao Forte do Barbalho faz memória aos ex-presos políticos da Ditadura Militar
Marcha do Silêncio: Visita ao Forte do Barbalho faz memória aos ex-presos políticos da Ditadura Militar
Foto: Ascom/SJDH

A defesa e valorização da memória de ex-presos políticos da Ditadura Militar mobilizaram um grupo de representantes de movimentos sociais, órgãos públicos e autoridades em uma visita ao Forte do Barbalho, em Salvador, nesta segunda-feira (31). Promovida por organizações da sociedade civil como o ‘Tortura Nunca Mais’, a visita, faz parte da programação da ‘6ª Marcha do Silêncio’, que acontece nesta terça-feira (1º), em Salvador. Construído no Brasil Colonial, o Forte foi palco de um dos capítulos mais sombrios da história do país, servindo de cárcere privado para militantes que lutaram contra o regime militar (1964-1985).

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) é uma das instituições apoiadoras do ato político-cultural, cujas ações visam provocar reflexões sobre os horrores do regime militar, honrar a memória dos mortos e desaparecidos e reafirmar o compromisso com a construção de uma sociedade justa e democrática.

Marcha do Silêncio
Com o tema "1964 - Ainda Estamos Aqui!", o ato político-cultural reunirá ativistas, sociedade civil, poder público, representantes de partidos, sindicatos e organizações de defensoras/es dos direitos humanos, além da comunidade escolar e acadêmica, em defesa da memória e da verdade contra os males causados pela Ditadura Militar (1964-1985). Apresentações artísticas e intervenções políticas fazem parte da programação da caminhada, que sairá da Praça da Piedade até o Campo da Pólvora às 17h.

Seminário 

Na quarta-feira (2), às 14h30, acontece o Seminário “Memória, Luta e Resistência: Por Direitos Humanos na Bahia”, no auditório da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), na Praça da Sé. Ativistas dos Direitos Humanos se reunirão para discutir a agenda e construir novas perspectivas sobre manutenção de espaços de memória pelo estado.

A visita ao Forte do Barbalho foi viabilizada pelo ‘Tortura Nunca Mais’ junto com a Secretaria de Cultura (Secult), como uma oportunidade de discutir a importância de manter o espaço para preservar a memória coletiva e fortalecer a democracia, através da cultura e da arte. O Forte do Barbalho abriga, atualmente, as ações da Associação Baiana de Técnicos, Produtores e Artistas, que promove formação de canto, futebol, karatê, teatro, dança, oficina de figurino e iluminação, e serve também de cenário para o cinema baiano.

“Esse é um momento de rearticular a luta pela memória e verdade na Bahia, e pela efetivação de um centro de memória das existências que perpassam, desde as lutas indígenas, negras até a ditadura militar, lutando por democracia. O Forte é um espaço já ocupado pela classe artística e cultural, e junto com eles, podemos repensar a ressignificação do espaço. Juntar a União, o Estado e toda a rede que acredita que é possível, sim, ter uma democracia fortalecida de direitos humanos e a garantia de direitos para todas as pessoas”, afirmou a presidente do ‘Tortura Nunca Mais’, Sirlene Assis.

Pela SJDH, participaram da visita o chefe de Gabinete, Raimundo Nascimento, e a superintendente de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos, Trícia Calmon.  A visita ao Forte do Barbalho proporcionou a oportunidade de discutir a importância de não deixar que as violações de direitos humanos desse período sejam esquecidas. Nascimento destacou a Caravana de Direitos Humanos, a exibição do filme e a distribuição do livro “Ainda Estou Aqui’ (vencedor do Oscar 2025), nas escolas estaduais, como iniciativas do Governo da Bahia para fomentar o debate sobre verdade, justiça e memória. “São ações do governo baiano para estimular o pensamento crítico e resgatar a memória histórica entre os jovens, fortalecendo o compromisso da educação pública com a formação cidadã”, declarou.

“O filme “Ainda Estou Aqui” será exibido nas escolas públicas da Bahia, como atividade paradidática coordenada pela Secretaria de Educação (SEC). Ao longo dos últimos dois anos, temos construído ações para não deixar que as violações de direitos humanos desse período sejam esquecidas. Precisamos viabilizar espaços que preservem a memória e fortaleçam a democracia. A SJDH está empenhada em colaborar com esse processo de resgate da memória histórica e para não permitir que as violações de direitos humanos desse período sejam esquecidas”, afirmou o chefe de Gabinete da SJDH.

Arte e cultura
“A arte e a cultura desempenham um papel fundamental na preservação da memória da ditadura, ajudando a recontar histórias, homenagear vítimas e conscientizar novas gerações”. É o que afirma o ex-ministro dos Direitos Humanos, atual assessor de Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Nilmário Miranda, que também participou da visita. “A cultura e a arte têm um papel essencial. O Forte do Barbalho abriga parte dessa história do Brasil e tem que ser um dos memoriais da resistência na Bahia, para não deixarmos a história morrer”, ressaltou Miranda.

Também participaram do ato, representando a Secult, Valter Silva; a deputada Federal Alice Portugal e a deputada Estadual Olívia Santana; a vereadora de Salvador, Marta Rodrigues; os professores da UFBA, Joviniano Neto e Emiliano José; e representando a Defensoria Pública da União, Diogo Camargo; além de ex-presos políticos.

Fonte: Ascom/SJDH