A Caravana Fala Juventudes: para Elas chegou na Escola Estadual Deputado Naomar Alcântara, no bairro de Cajazeiras, em Salvador, nesta segunda-feira (31). A ação, realizada pela Secretaria da Educação do Estado (SEC), em parceria com as secretarias estaduais de Políticas para as Mulheres (SPM) e de Direitos Humanos (SJDH), promoveu debates sobre direitos das mulheres, liderança feminina e equidade de gênero no ambiente escolar.
Durante todo o mês de março, quando é celebrado o Dia Internacional da Mulher, a caravana percorreu cinco escolas dos Núcleos Territoriais de Educação (NTE) da Bacia do Rio Grande (NTE 11), do Portal do Serrão (NTE 19), de Salvador e Região Metroplitana (NTE 26), envolvendo cerca de 300 estudantes dos ensinos Fundamental II e Médio. A coordenadora de Políticas para Juventude e Processos Educacionais da SEC, Larissa Menezes, explica que a Caravana Fala Juventudes surgiu há dois anos com o propósito de dialogar com lideranças estudantis sobre temas relevantes para a realidade escolar e comunitária. “Neste mês da mulher, trouxemos este tema entendendo a importância de discutir relações de gênero e fortalecer os estudantes, especialmente as lideranças, no enfrentamento das diversas formas de violência. Muitas vezes, o bullying e a violência de gênero não são compreendidos como violações por falta de letramento político e a caravana busca exatamente promover essa conscientização”.
Na Escola Estadual Deputado Naomar Alcântara, o encontro foi mediado pela estudante Aida Daniele Dantas Sacramento, 17 anos, aluna do 3º ano do Colégio Estadual Edivaldo Brandão, e começou com a leitura da poesia “Sou…”, interpretada pela estudante Emilly Vitória dos Santos de Castro, 16 anos, também do 3º ano. A atividade abriu caminho para uma conversa sobre temas como antirracismo, força feminina, pertencimento, protagonismo das mulheres e canais de denúncia contra a violência de gênero.
A coordenadora de Educação Antirracista, Relações Étnico-Raciais e Diversidades, Carla Nogueira, ressaltou a importância de debater a interseccionalidade dentro das escolas públicas. “Quando falamos sobre mulheres, não estamos falando apenas de mulheres brancas, mas também de mulheres pretas, indígenas e quilombolas. É essencial que os estudantes compreendam esta diversidade, pois ela está presente em nossas escolas e na sociedade. É enriquecedor perceber o brilho nos olhos dos alunos ao discutirem suas experiências e identidades, pois isso fortalece uma rede de proteção e afeto, tanto na escola quanto no ambiente familiar. A revolução acontece quando compreendemos que a diversidade é uma realidade e precisamos enfrentá-la com conhecimento, luta e amor”.
Durante a atividade, as estudantes participaram de dinâmicas do Programa "Oxe, me respeite nas escolas", onde puderam conhecer e refletir sobre as diversas formas de violência contra a mulher e a importância da denúncia. Evelyn Félix da Silva, 15 anos, aluna do 7º ano da Escola Deputado Naomar Alcântara, destacou a importância do encontro para sua vivência. “Gostei muito e estava precisando ouvir isso. Nem sempre é fácil ser aceita, mas momentos como este nos ajudam a entender quem somos e a nos fortalecer”.
Já Suedy Raquel Santos de Jesus, 13 anos, aluna do 8º ano, destacou a relevância do evento para o empoderamento feminino. “Achei incrível, porque falaram coisas que nós, estudantes aqui da escola. Precisávamos ouvir. Muitas meninas aqui se fecham por conta do bullying, especialmente por serem negras e terem cabelo crespo. Este momento foi essencial para elevar a nossa autoestima e nos fazer sentir representadas”.
Fonte: Ascom/SEC